Apesar de ter sido dispensado pela defesa do ex-vereador João Emanuel Moreira Lima (PSD) de prestar depoimento no julgamento da Ação Penal em que o social democrata, juntamente com outros réus são acusados pelos crimes de peculato e formação de quadrilha, o presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Júlio Pinheiro (PTB) compareceu ao Fórum da capital, ontem à tarde, e se colocou à disposição da Justiça para colaborar no esclarecimento dos fatos.
Durante a Operação Aprendiz, motivada, principalmente, por um vídeo gravado por uma empresária, no qual lhe era oferecida vantagem em uma licitação do Legislativo Municipal para que sua gráfica se sagrasse vencedora de um contrato, sem necessidade de fornecimento de serviços, como compensação pela aquisição, supostamente irregular, de um terreno, cuja negociação tinha como intermediador o presidente da Câmara na época, João Emanuel, as investigações levaram a um outro contrato com empresa gráfica, a Propel.
O contrato, de cerca de R$ 1,5 milhão, no qual foi apontado sobre preço e incapacidade técnica para contratação dos serviços, ocorreu por meio de adesão a uma ata de registro de preços da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
De acordo com Pinheiro, houve fraude no procedimento. Ele afirma que até o término de sua gestão, jamais recebeu qualquer documento da ALMT referente à adesão ao pregão. No entanto, quando retomou a presidência da Mesa Diretora, em maio do ano passado e teve acesso aos documentos relativos ao procedimento, se surpreendeu com a ata de adesão assinada pelo primeiro-secretário do Legislativo Estadual, deputado Mauro Savi (PR), com data retroativa, remetendo o processo a dezembro de 2013.