O governador Silval Barbosa (PMDB) disse “estranhar” o caso da apreensão dos três cheques no valor de R$ 58 mil (totalizando R$ 174 mil) da Assembleia Legislativa de Mato Grosso com um homem em Minas Gerais, na terça-feira (9). Os documentos estavam assinados pelo atual presidente, José Riva (PSD), e por Silva, na époc primeiro-secretário. “Não tenho conhecimento sobre o teor desse processo, pois cheguei ontem de Brasília e não conversei sobre esse assunto ainda. Mas, vou procurar me informar a respeito. Eu acho muito estranho aparecerem três cheques como esses na mão de uma pessoa agora. Até porque fui eu quem aboliu os cheques como forma de pagamento da Assembleia, quando era primeiro-secretário. Há exatamente dez anos, o Poder Legislativo de Mato Grosso não emite mais cheques”, disse o governador, hoje, após participar na inauguração de uma fábrica de cimento, na zona rural de Cuiabá.
A juíza da Vara Especializada de Crime Organizado, Ordem Tributária, Econômica e Administração Pública de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda, intimou Alvimar de Araújo Costa para prestar esclarecimentos sobre a posse de três cheques no valor de R$ 58 mil cada (totalizando R$ 174 mil) e que foram apreendidos com ele em Minas Gerais, na terça-feira (8).
Ele deve ser interrogado sobre a possível participação de desvios de recursos da Assembleia Legislativa de Mato Grosso em 2002 por meio de factorings de propriedade do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, preso há quase dez anos. De acordo com informações do G1, a intimação foi expedida hoje pela magistrada. Não foi confirmado quando o depoimento dele deve ocorrer.
Conforme Só Notícias já informou, Alvimar Costa, foi preso com mais de R$ 700 mil em uma mochila. Lá estavam os três cheques da Assembleia de MT. Ele prestou depoimento ao delegado da Polícia Federal de Uberaba (MG), Marcos Zampieri, que o liberou posteriormente. “Ele alegou que o dinheiro é proveniente de compra e venda de gado e que usaria a quantia para comprar imóveis em Belo Horizonte (MG). Os cheques, ele alegou ter encontrado no estacionamento da Assembleia Legislativa em Cuiabá”, disse o delegado.
Ele responderá pelo crime de lavagem de dinheiro, inicialmente, pela delegacia de Uberaba. “Se percebermos que o crime não tem nenhuma vinculação aqui, que ele só passava pela região, o caso poderá ser enviado para outra delegacia”, concluiu o delegado dizendo que os aparelhos que estavam com ele, o dinheiro e o carro foram apreendidos.
Na sessão da Assembleia, no mesmo dia da prisão, Riva admitiu que conhece Avilmar e que ele fez algumas doações para suas campanhas a deputado. “Uma, duas ou três”, confirmou. Riva explicou que os cheques (que têm sua assinatura como presidente e de Silval Barbosa, na época primeiro-secretário) foram emitidos antes de 2003 e são “cancelados e prescritos”. Ele também admitiu que fez negócios com Avilmar com venda de fazendas, além de compra e venda de gado – sem mencionar mais detalhes.
Em nota, o secretário de Comunicação da Assembleia, Osmar Carvalho, informou que há dez anos a Casa de Leis não emite cheques.
Sobre a notícia da prisão de um cidadão que portava cheques da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, em uma rodovia federal no estado de Minas Gerais, informamos que;
1) O Poder Legislativo de Mato Grosso há mais de 10 anos não emite cheque para nenhum tipo de pagamento;
2) Qualquer pagamento realizado pela Assembleia Legislativa, independentemente da despesa – seja de serviços, folha de pagamento, despesas, e outros – é feito em sistema online e disponibilizado no portal transparência;
3) A Assembleia Legislativa vai aguardar o resultado das investigações para poder prestar maiores informações acerca dos cheques encontrados.
(Atualizada às 17h35)