Deputadosestaduais, federais e senadores de Mato Grosso reforçaram, esta manhã, o pacto de apoio firmado em torno da chegada dos trilhos da Ferrovia Senador Vuolo até a capital mato-grossense. A mobilização vem sendo articulada pelo Forum Pró-Ferrovia em Cuiabá, coordenado pelo vereador Francisco Vuolo (PPS), e criado para garantir que as obras – que estão paradas – sejam reiniciadas.
O principal foco de atenção das autoridades é também o próximo passo para desobstrução do processo: conseguir cerca de R$ 2 milhões para a realização do Estudo de Impacto Ambiental (EIA/Rima). Para tanto, foi discutida como necessidade prioritária uma reunião de deputados e senadores mato-grossenses com o presidente da fonte desse recurso – o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Guido Mantega.
Apesar de se mostrar entusiasmado em participar e não ver obstáculos para superar essa etapa, o senador Jonas Pinheiro (PFL) alertou para a falta de nada menos de R$ 500 milhões. Segundo ele, o maior problema é “encontrar” esse montante. “De todo o volume de recursos previstos inicialmente, R$ 14 milhões devem ser liberados semana que vem para a construção de uma ponte – isso, ainda para que os trilhos cheguem até Rondonópolis. Sobrarão, então, R$ 50 milhões para as obras da estrada de ferro que precisa de 500 milhões de reais. O problema vai ser arrumar esses 500 milhões”, frisou o senador.
Para o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Silval Barbosa (PMDB), a ferrovia é uma questão de honra para Mato Grosso, seu povo e suas perspectiva de incremento desenvolvimentista. “Reafirmo o compromisso institucional da Assembléia no sentido de se buscar a viabilização do Estudo de Impacto Ambiental e de todo o processo de construção dos trilhos da ferrovia até o extremo norte do Estado, passando por Cuiabá”, assegurou Silval.
No encontro que representou a segunda etapa do forum, Francisco Vuolo apresentou os documentos recebidos da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) com o resultado de uma audiência pública realizada no último dia 22 de abril. Na ocasião, foi anunciada a participação do BNDES na Brasil Ferrovias – holding que opera as concessionárias Ferronorte, Ferroban e Novoeste.
Vuolo também previu que a ampliação da malha ferroviária pode ter outro rumo já que R$ 1,2 bilhão serão usados para pagamento de dívidas. “A entrada do BNDES é um ponto positivo, mas no momento está sendo priorizado o pagamento de dívidas da holding e não a continuidade dos trilhos. Isso significa que podemos ficar na mesma linha de indefinição e sem data para o avanço da ferrovia até Cuiabá, disse o vereador.
A assessoria do Forum Pró-Ferrovia em Cuiabá informou em nota que, atualmente, a dívida da Brasil Ferrovias chega a R$ 1,6 bilhão – boa parte contraída desde os anos 90 pela Ferronorte. “Além de dever o banco, a Ferronorte continua inadimplente com o Tesouro Nacional em R$ 357 milhões”, diz a nota.
Também presidente da Comissão de Transporte, Urbanismo e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Cuiabá, Francisco Vuolo explicou que a BNDESPar – subsidiária do BNDES – passará a ser a nova e maior acionista da Brasil Ferrovias. Ele adiantou, ainda, que o Forum Pró-Ferrovia vai propor que parte dos recursos solicitados pelo banco seja destinada à construção dos trilhos.
Além de Silval e Jonas, a segunda etapa do fórum reuniu a senadora Serys Marli (PT); os deputados federais Celcita Pinheiro (PFL), Carlos Abicalil (PT) e Pedro Henry (PP); e os deputados estaduais Carlos Brito (sem partido), Verinha (PT), Chico Daltro e Eliene (ambos do PP).
Também integraram o grupo, representantes da Câmara de Vereadores de Cuiabá, das Prefeituras de Cuiabá, Várzea Grande e Santo Antonio de Leverger, do comércio e da indústria.