O senador Jayme Campos (DEM-MT), em pronunciamento, esta tarde, no Senado, criticou a situação pela qual passa a saúde pública em Mato Grosso. "Um tema urgente e necessário me traz aqui nesta tarde: o completo desmantelamento na gestão da saúde pública em Mato Grosso", destacou. Ele aponta que a Farmácia de Alto Custo da Secretaria Estadual de Saúde fechou as portas e os profissionais terceirizados entraram em greve, porque não recebem salários há três meses. "Um comunicado foi afixado na portaria da farmácia, informando aos usuários que os serviços estavam suspensos porque o governo mato-grossense acumula atrasos de seis meses de repasses ao Instituto Pernambucano de Assistência e Saúde, OSS contratada para gerir o setor. A dívida já chega aos R$ 3,6 milhões", afirmou o senador.
Atualmente, a farmácia atende cerca de 15 mil pacientes por mês e, conforme relato do senador, pelo menos 400 pessoas deixaram de ser atendidas na última semana, nem mesmo aquelas que tinham ordem judicial foram atendidas. "Segundo levantamentos da própria Secretaria de Saúde, no momento, mais de 100 medicamentos estão em falta no almoxarifado: são remédios que podem significar a diferença entre a vida e a morte de muitos enfermos", disse o democrata.
Jayme Campos disse ainda que existe uma investigação em curso sobre "a desova de centenas de caixas de medicamentos vencidos" encontrados no depósito da farmácia. "É um escândalo que revolta e envergonha nossa comunidade. Gente morrendo por falta de remédio, enquanto a Secretaria de Saúde é obrigada a atear fogo em milhões e milhões de reais, por pura falta de gestão", criticou.
Para o mato-grossense, houve negligência por parte do governo estadual. "Ou houve má fé na aquisição dos remédios com prazo de validade esgotado, ou negligência em sua distribuição. De qualquer forma, num país onde saúde de qualidade é luxo para poucos, é indecoroso jogar remédio fora", enfatizou.
Em aparte, o senador Pedro Taques (PDT-MT) disse que os problemas na saúde pública do estado são de incompetência de gestão. "Vossa Excelência é muito cordial e chama de governo, eu chamaria de desgoverno e de incompetência de gestão o que acontece na saúde de Mato Grosso. A saúde está na UTI e isso ocorre por conta do aparelhamento do Estado por partidos políticos", afirmou.