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Interventor do Ibama em Mato Grosso fala na existência de “novos esquemas”

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O interventor do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Mato Grosso, Elielson Ayres, disse que as investigações que resultaram na prisão de 47 funcionários do órgão ainda não terminaram e que outros esquemas já foram identificados. “Além das irregularidades que surgiram ontem há outras que são tão grandes quanto”, afirmou Ayres.
Segundo ele, essas investigações estão sendo feitas sob sigilo e podem resultar em novas ações. “Só vai chegar a conhecimento público quando tomarmos as medidas cabíveis”, informou.

De acordo com o interventor, que é procurador federal da Advocacia Geral da União (AGU), 30 funcionários do Ibama de outros estados foram deslocados para Cuiabá para ajudar no processo de reorganização do órgão. O atendimento ao público foi suspenso, mas deve ser normalizado na segunda-feira.

Ontem, 47 funcionários do Ibama do Mato Grosso foram presos durante a Operação Curupira, realizada pela Polícia Federal e pelo Ibama. Os servidores presos são suspeitos de participar de um esquema de retirada e transporte ilegal de madeira em Mato Grosso que vinha sendo investigado há dez meses. Também faziam parte do esquema madeireiros e despachantes. Até agora, mais de 80 pessoas já foram presas segundo a Polícia Federal do Mato Grosso.

Durante os dois meses em que o Ibama do estado vai ficar sob intervenção, Ayres disse que os novos funcionários vão ser responsáveis por avaliar a documentação apreendida na Operação Curupira. Eles também vão tomar conhecimento dos processos que estão paralisados e tomar medidas para retomar as atividades.

Elielson Ayres disse que vai ser feito também um levantamento da estrutura montada pela quadrilha, como os caminhões e equipamentos usados para a retirada e o transporte ilegal de madeira. O valor desses bens deverá entrar no pedido de indenização dos danos causados pela quadrilha, que atuava há mais de dez anos. “Estamos fazendo a verificação patrimonial para, através de uma ação específica da nossa procuradoria, responsabilizá-los e buscar isso para recomposição do dano ambiental”, explicou o interventor.

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