O delegado Enio Lacerda deve concluir, semana que vem, o inquérito do caso de escuta clandestina dos telefones do vice-prefeito de Sorriso, Luiz Carlos Nardi e dos advogados Zilaudio Pereira e Irineu Roveda Junior, assessor jurídico da prefeitura. O delegado disse ao Só Notícias que vai indiciar o comerciante Carlos Alberto de Oliveira e os técnicos em telecomunicações Renato de Oliveira Gonçalves, Altair David Fernandes e Anésio dos Reis. Os técnicos residem em Sinop e fizeram o grampo no telefone do vice e dos advogados. Eles receberam R$ 2 mil, em cheques de terceiros, para fazer a escuta e disseram que Carlos alegava que seria uma extensão dos telefones “de seus sócios”.
“Embora Carlos negue que o grampo tenha conotação política e alegue que seria vingança, um caso pessoal (desentendimento dos advogados), ainda não estou convencido disso”, disse o delegado. Carlos, que estaria em um grupo de oposição ao atual prefeito, deve ser indiciado como autor e os três técnicos como co-autores. Carlos Oliveira responderá processo interceptação telefônica, prevista na lei 9.296, de 24 julho de 1996, no artigo 10, que prevê de 2 a 4 anos de reclusão.
Conforme Só Notícias informou em primeira mão, o grampo foi descoberto no dia 11 deste mês. Cumprindo mandado judicial, peritos e policiais foram até a casa de Carlos e encontraram um gravador que era acionado quando os telefones de Luiz Carlos Nardi e os advogados eram usados. A fita foi encaminhada para o Instituto de Criminalística de Sinop para análise e o laudo será anexado ao inquérito. “Esta semana os peritos devem concluir o laudo que vai ser anexado ao inquérito a ser encaminhado ao Judiciário”, acrescentou o delegado.
O empresário Carlos Oliveira ficou preso cerca de dois dias e responderá o processo em liberdade. Os técnicos não chegaram a ser presos.