O presidente da Fiemt (Federação das Indústrias de Mato Grosso), Nereu Pasini, fez duras criticas ao Ibama- Instituto Brasileiro de Meio Ambiente- a quem responsabiliza diretamente de estar causando, por sua inoperância em vários setores e falta de servidores, o fechamento de muitas madeireiras. Pasini participou, em Sinop, na última quinta-feira, de uma reunião de industriais madeireiros com o novo gerente executivo do Ibama no Estado, Paulo Maier. O gerente deixou claro que o órgão agirá nos rigores da lei. Mas o Ibama vive uma grande contradição e seu comando – a nível nacional e estadual- mostra incompetência em não solucionar um dos problemas internos gravíssimos, que se arrastam há vários meses. O principal deles é falta de servidores. O Ibama exige, e com razão, que a lei seja cumprida para as madeireiras trabalharem. Mas não tem funcionários suficientes para atendê-las. Centenas de projetos de manejo florestal (obrigatórios para extrair madeira selecionada em uma determina área ambiental) estão mofando na Gerência Regional de Sinop, a espera de liberação. Faltam procuradores para analisá-los e liberá-los. Sem os projetos, as madeireiras ficam de mãos amarradas. Não podem extrair uma tora sequer porque podem ser multadas.
Maier, o novo gerente executivo, continua empurrando o caso com a barriga. A desculpa continua sendo o surrado concurso público do Ibama, que anda a passos de tartaruga. Na reunião da semana passada, em Sinop, o gerente executivo viu que a situação do setor madeireiro não é nenhum mar de rosas e que, empurrar com a barriga, não vai ser mais aceita. Ele foi ouviu desabafos de industriais madeireiros que estão, literalmente, trabalhando no limite da tolerância em relação a inoperância do Ibama.
“Vejo com tristeza os rumos que estão sendo dados, pelo governo, para o setor madeireiro. O Ibama não assina e não libera nada e o setor madeireiro está literalmente parado. Desde 1996 até agora estamos pedindo sempre a mesma coisa. O objetivo do governo, atraves do Ibama, é engessar o setor. Inoperância, falta de atendimento, burocracia que estão levando os madeireiros a fecharem e mudarem de atividade”, criticou o presidente da Fiemt, Nereu Pasini, em entrevista ao Só Notícias.
“Não é possível ver a curto prazo nenhum avanço. O Estado vai pegar um setor bem fragilizado. Está sendo feita a transição de atribuições do Ibama para a Secretaria Estadual de Meio Ambiente. Nestes próximos 4 meses de transição vamos continuar assistindo esta inoperância ?”, questiona.
Para Pasini, o “desespero” tem levado alguns madeireiros a ilegalidade. “Parte dos madeireiros que trabalha de forma irregular é forçada indiretamente pelo Ibama que não oferece condições para desenvolver suas atividades. As empresas têm compromissos, funcionários. Estamos assistindo o fechamento de muitas madeireiras e muito desemprego”, afirmou. Estudo da Fiemt aponta que 70% do setor madeireiro pode fechar suas portas. “Os índices de desemprego estão aumentando. Diretamente hoje são 20 mil empregos gerados pelas indústrias madeireiras ( antes da Operção Curupira eram 30 mil). Indiretamente este número chega a 130 mil. Na economia estadual o setor madeireiro representa 5% do montante geral. São mais de 40 municípios cuja base da economia é baseada na indústria madeireira. Várias indústrias do Nortão estão exportando e também sofrem com a crise que o setor atravessa.