O número de funcionários que aderiu ao movimento do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Rondonópolis (Sispmur) e participa da paralisação por melhorias salariais, não compromete as atividades das diversas secretarias e autarquias que prestam atendimento à população. A informação foi divulgada ontem pela assessoria de comunicação da prefeitura. Do total de 5.300 funcionários públicos, de acordo com a prefeitura, apenas 548 decidiram cruzar os braços. O que representam 10,5% do funcionalismo de quatro das 15 secretarias. Ainda, segundo a prefeitura, caso a categoria decida aceitar as propostas de reajuste feitas até agora, tanto pelo Executivo quanto por representante do Legislativo, o ganho salarial acumulado dos servidores municipais pode chegar a 19,25%. O cálculo feito pelo município reúne a reposição salarial de 9,06% em janeiro de 2009 que corrige as perdas dos quatro anos anteriores e 4,11%, em janeiro de 2010, o impacto do ganho real na folha, em função de 2% da referência assegurado pelo PCCS, 2% de aumento oferecido pelo prefeito Zé Carlos do Pátio para o mês de julho e 1% sugerido pelo vereador Lourisvaldo Manoel de Oliveira durante a reunião de tentativa de entendimento com representantes do Sispmur.
O secretário de Administração do Município, Gerson Araújo de Oliveira, que fez o levantamento do movimento de greve no final do expediente da sexta-feira (18), assegura que o atendimento oferecido à população está mantido dentro da normalidade, nas diversas áreas públicas. Os servidores em greve são professores e funcionários de 31 das 51 unidades escolares do Município. "Entre os 1.209 trabalhadores efetivos da Rede Municipal de Ensino, 460 aderiram ao movimento. Alguns contratados para atuar nas unidades de educação são forçados a ficar sem trabalhar, em função da greve. Esses profissionais não têm como assumir as escolas para atender os alunos", repassou o secretário.
A secretária Marilda Soares Rufino, da Educação, lembra que os educadores em greve têm o dever de repor as aulas para cumprir com o calendário escolar e assegurar ensino de qualidade aos alunos da Rede Municipal. "O servidor tem o direito de fazer as reivindicações. Mas também tem o dever de cumprir com a missão que lhe foi confiada. O professor, especialmente, tem responsabilidade com a educação e a formação das futuras gerações", acrescenta.
Na Secretaria de Saúde, segundo a prefeitura, cerca de 80 dos 518 funcionários efetivos paralisaram as atividades. Outros seis funcionários da Secretaria de Esporte, Cultura e Lazer e dois da Secretaria de Promoção e Assistência Social participam do movimento.
Gerson Araújo avalia que o ganho salarial da ordem de 19,25% que pode beneficiar os servidores em um ano e meio de administração, caso a categoria aceite as propostas apresentadas, deve ter se registrado em poucas localidades do país, tanto na iniciativa privada quanto nos órgãos públicos empregadores.
O secretário lembra ainda que o Governo Municipal paga o salário dos servidores em dia e trabalha constantemente para corrigir distorções. Ele avalia que a reposição feita até agora, somada ao reajuste de 2% ou 3% propostos, garante ganhos reais para os funcionários públicos. Gerson Araújo reforça que a parcela de servidores em greve é em detrimento de que querem obter um ganho real maior que o oferecido. "A discussão é que eles querem mais ganho real do que estamos dando", avalia. O prefeito Zé Carlos do Pátio, por meio de sua assessoria, repassa que respeita a atitude dos servidores que reivindicam um ganho real superior aos 2% oferecidos inicialmente para o mês de setembro e antecipado para julho.
Em reunião na quinta-feira, o vereador Lourisvaldo Manoel de Oliveira fez a sugestão de melhorar a proposta do prefeito com mais 1% para novembro. Mas, a categoria rejeitou em assembleia geral.
Pátio afirma que trabalha para melhorar a arrecadação do município, visando avançar na correção de distorções e ampliar o ganho salarial para toda a categoria. "Em um ano e meio de governo corrigimos as perdas salariais e fizemos a reposição do INPC. Cumprimos ainda com o dever de fazer o reenquadramento das referências por tempo de serviço e a elevação de nível/classe para aqueles que investiram na escolaridade. Queremos fazer muito mais. Por isso estamos trabalhando para melhorar a receita", conclui o chefe do Executivo.