Governo do Estado promove as primeiras movimentações financeiras que acenam para abertura de caixa, mas só para investimentos, sem atingir a meta de contenção de gastos. No Diário Oficial, em circulação na quarta-feira, série de decretos validam suplementação de crédito junto ao Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2012, de R$ 13 bilhões, com contingenciamento de R$ 1 bilhão. Paralelamente, o Executivo enviou à Assembleia Legislativa mensagem que altera itens programáticos do Plano Plurianual (PPA), aprovado em 2011. As mudanças visam assegurar realização de convênios para obras de mobilidade urbana, assumidas por prefeituras como Cuiabá e Várzea Grande, mas repassadas para o governo estadual face a impedimentos legais.
Governador Silval Barbosa (PMDB), de posse dos dados colhidos sobre desempenho dos cofres públicos referente ao primeiro quadrimestre deste ano, observou vias para implementar ações macro. A equipe do Núcleo Sistêmico apontou para Silval mecanismos para inserção de trabalhos, com maior otimização do planejamento administrativo, sem "ferir" a política de austeridade fiscal e financeira. Funciona assim: o governo determina enxugamento de gastos, consegue economizar, e a "sobra" se transforma em apoio para os investimentos.
Existe preocupação de Silval sobre o mapa do Mundial. Ele se comprometeu a entregar as obras e projetos em tempo hábil e a orientação no Palácio Paiaguás é de saia-justa para tudo que diz respeito a despesas. Ao mesmo tempo, o governo observou a necessidade de acenar para o conjunto de pastas de primeiro escalão, através das suplementações. Exemplo é o decreto 174 que autoriza crédito suplementar para as secretarias do Esporte e Lazer, R$ 220 mil; Detran, R$ 862 mil; Secretaria Estadual de Meio ambiente, R$ 3,8 milhões. O decreto 175 abre caminho suplementar para o Fundo Estadual de Saúde, da ordem de R$ 27 milhões e para a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos, previsto em R$ 11,6 milhões.
Secretário chefe da Casa Civil, José Lacerda, cumpre desde quarta-feira rodadas de reuniões no Parlamento Estadual, para explicar aos deputados o teor das mensagens. Parlamentares como o presidente, José Riva (PSD), cobram reformulação da máquina pública, para obtenção de economia. Riva defende obras da Copa mas alerta o Executivo sobre a importância de "todos os 141 municípios" receberem maior apoio.
A Capital do Estado e outros municípios da Baixada Cuiabana, fazem parte da lista do Sistema de Gerenciamento de Convênios (Sigcon), vinculado à Secretaria de Estado de Planejamento. Fazer parte da lista do sistema significa estar impedido para celebrar convênios. É nessa ordem que entra o governador Silval Barbosa. Ao assumir a parte programática das obras de mobilidade urbana, o Estado assume meios para concretizar os convênios. Fonte da Seplan revela que as alterações no PPA, previstas no item convênios, não provocam mudanças sobre ordenamento financeiro. As modificações passam a ser de ordem sistemática, sem ferir os valores projetados na matéria. O PPA original (2012/2015), previa R$ 54 bilhões, com R$ 13 bilhões para cada ano.