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Governadora diz que MP persegue Pará e “não faz nada em Mato Grosso”

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A governadora paraense Ana Júlia Carepa (PT), disse que as 21 ações do Ministério Público Federal pedem indenização de R$ 2,1 bilhões de pecuaristas e frigoríficos que comercializaram animais criados em fazendas desmatadas ilegalmente no Estado, representam “perseguição ao Pará”. O Estado é líder nacional em destamamentos, de acordo com último levantamento do Inpe. Ana Júlia disse que é uma perseguição ao Pará porque o Ministério Público Federal “não faz nada em Mato Grosso e em outros lugares como a Mata Atlântica, onde existem pecuaristas criando gado em área de desmatamento”, atacou, em entrevista ao jornal O Globo.  “Nesses lugares também tem pecuária. Cadê a atuação? Não podemos ser castigados, o povo do Pará não pode ser castigado por erros passados”, disse a governadora, em encontro de ex-governadores e governadores petisas.

O governo do Pará pediu ao Ministério Público Federal um prazo de 60 dias para que seja assinado um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) em que pecuaristas, frigoríficos e o estado se comprometem a tomar medidas saneadoras.
“Precisamos recuperar essas áreas, mas não podemos criminalizar toda uma atividade produtiva e gerar milhares de desempregados. É muito fácil, com uma caneta, desempregar milhares”, criticou a governadora.

Por outro lado, ela defende que os pecuaristas façam seus planos de reflorestamento dentro do programa de plantio de 1 bilhão de árvores. Pão de Açúcar, Carrefour e Wal-Mart suspenderam a compra de carnes de 11 frigoríficos apontados pelo MPF do Pará como comercializadores de gado criado em área de devastação da Amazônia.

As ONGs também estão mostrando força na lutra contra a criação de gado em áreas na Amazônia. A Amigos da Terra – Amazônia Brasileira informou que conseguiu atingir um objetivo de campanha: fazer com que a International Finance Corporation (IFC), braço para setor privado do Banco Mundial, voltasse atrás em sua decisão de financiar em US$ 90 milhões a expansão na Amazônia do frigorífico Bertin, maior exportador do Brasil. O projeto seria para expansão pecuária no Acre. A ONG aponta que o frigorífico estaria comprando carne de pecuaristas que criam gado em áreas onde houve desmatamentos ilegais. Oficialmente não foi anunciado pelo banco a suspensão do financiamento.

 

 

 

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