Chapa pura do PPS para as eleições do ano que vem é um assunto encerrado na cabeça do governador Blairo Maggi. A tese defendida por alguns setores do partido, apoiada pelo presidente Percival Muniz, não deverá prosperar. “Espero que no final, depois de todas as discussões e negociações, possamos ter um entendimento que venha a facilitar a vida do candidato Blairo Maggi, que vai disputar a reeleição” – disse o governador, que, por outro lado, mostrou-se compreensivo com as iniciativas de Muniz, seu amigo pessoal.
“Percival tem luz própria e idéia própria. Quando assumiu o PPS, ele disse que sua gestão seria polêmica e que não ia submeter à vontade política disto ou daquilo” – acrescentou o governador, fazendo, contudo, uma ressalva: “Não posso chegar a uma reeleição com o partido dividido”. Isso indica que o governador vai tomar as providências. Quais, ele não disse. Até porque o governador sempre defendeu que as questões partidárias se discutem internamente dentro do partido.
No fundo, o que continua a “pegar” – e, conseqüentemente, colocar o governador em situação extrema – é a relação do Governo com o PP. Particularmente, do governador com o deputado federal Pedro Henry, a quem Maggi deseja ver como candidato ao Senado Federal no ano que vêm. Desde muito tempo, Percival Muniz se mantém contrário a essa tese. A ponto de se manifestar até favorável a uma “chapa pura” do PPS em 2006 – seguindo uma diretriz contrária da qual Maggi sempre pregou. Tal fato, inclusive, abriu brecha para a oposição se manifestar: o senador Antero de Barros, do PSDB, chegou a dizer que Maggi estava usando Muniz para articular o isolamento do PPS.
O governador já declarou que procura aliar o máximo de partidos em torno do seu nome. Sua prioridade é a reedição da aliança que o fez governador, a “Mato Grosso Mais Forte”. Maggi quer ter um pouco de vida fácil nas eleições de 2006. E a idéia é continuar investindo. Nesse sentido, dois setores são prioritários: estradas e habitação. Maggi anunciou para 2006 um total de R$ 40 milhões em obras de pavimentação. Na área de habitação, a meta é ambiciosa: 10 mil novas casas populares