A força-tarefa, composta por policiais militares e civis, está procurando o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) para dar cumprimento ao mandado de prisão preventiva decretado pela Justiça. Como ainda não foi localizado, ele é considerado foragido. O mandado foi decretado pela juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda.
A suspeita é a de que Silval está em Cuiabá e não teria saído do Estado, mesmo com a ordem judicial. Ontem à tarde, os policiais foram até a residência do ex-gestor estadual para cumprir um mandado de busca e apreensão. De acordo com informações do Gazeta Digital, foram levados cinco CDs e um pendrive que serão periciados e analisados para se descobrir o teor dos arquivos.
Já os ex-secretários de Estado de Indústria e Comércio, Pedro Nadaf, e de Fazenda, Marcel de Cursi, foram detidos. Ambos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) para exames de corpo de delito. Em seguida, ambos foram encaminhados ao Centro de Custódia da capital. Sem algemas, eles deixaram a sede da Delegacia Fazendária (Defaz) acompanhados por policiais civis e sem falar com a imprensa que aguardava no local.
As residências dos dois ex-secretários também foram alvos dos mandados de busca, assim como a sede da Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio), uma empresa de assessoria consultoria e ainda as residências de três parentes dos suspeitos, que foram conduzidos coercitivamente até a Delegacia de Combate à Corrupção para prestar declarações.
Os três ex-gestores são acusados de integrarem uma organização criminosa composta por agentes públicos que ocuparam cargos do alto escalão do governo do Estado nos anos de 2013 e 2014, na gestão do ex-governador Silval Barbosa, e apura crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Os crimes estariam ligados à concessão de benefícios fiscais para empresas no Estado.
Ao prestar depoimento à Delegacia Fazendária (Defaz), o empresário João Batista Rosa, sócio proprietário do Grupo Tractor Partes, confirmou ter pago R$ 2,6 milhões para obter o benefício. Segundo ele, após pagar a propina milionária, o benefício foi concedido pela Secretaria de Estado de Indústria e Comércio (Sicme), pasta que era comandada pelo ex-secretário Pedro Nadaf.
De acordo com o depoimento de João Batista, o valor foi pago através de cheques emitidos pela empresa e transferências bancárias, pagamentos negociados com Pedro Nadaf. Em nota, a assessoria jurídica da empresa disse que o grupo foi vítima de uma "severa extorsão de agentes públicos que figuravam no governo anterior 2011/2014, para manter o incentivo fiscal concedido às empresas que compõem nosso grupo legalmente".
A operação foi batizada pelo nome de Sodoma, em referência à cidade de mesmo nome que foi destruída em razão dos elevados níveis de corrupção praticada pelos seus moradores.