O presidente do diretório estadual do PMDB, Carlos Bezerra, convocou reunião da Executiva regional para discutir os planos políticos para o ex-juiz federal Julier Sebastião da Silva, rumo às eleições de 2014. Esse contexto foi discutido preliminarmente com o governador Silval Barbosa (PMDB), que também participa da “avaliação do projeto de Julier”, em encontro programado para o início da próxima semana, em Cuiabá. A não comprovação da viabilidade eleitoral do ex-magistrado pode tirá-lo do rol de possíveis cabeças da disputa ao governo do Estado, levando seu nome para uma corrida na proporcional, como faz questão de lembrar Bezerra.
“O partido vai discutir como vamos trabalhar esse projeto. Na reunião vamos avaliar como podemos atuar no Estado para tentar viabilizar o nome do Julier. O nome dele pode ser para a majoritária ou proporcional, vai depender dos resultados”, pontua.
O nome de Bezerra também é aventado no partido para assumir a condição de candidato majoritário, nesse caso, para a única vaga que será aberta ao Senado no pleito geral, hoje com o senador Jayme Campos (DEM), devendo buscar a reeleição.
Julier foi cortejado pelo PT e outras siglas como o PCdoB. Decidiu pela legenda de Bezerra e agora precisa comprovar junto ao partido suas reais chances de lutar pela condição de pré-candidato ao governo na primeira etapa. Se conseguir, a segunda fase é talvez a mais difícil na conjuntura atual, porque se aterá a batalha pelo consenso dentro do grupo dos partidos governistas.
Apenas o PSD tem oficializada a pré-candidatura ao governo no nome do presidente estadual, vice-governador Chico Daltro. No PT, permanece a incógnita sobre a confirmação ou não do nome do ex-vereador Lúdio Cabral como líder de majoritária. Essa decisão deve ocorrer no encontro dos 230 delegados do partido, marcado para o dia 26 deste mês.
Para aumentar as chances de Julier, o PMDB estuda planejamento de ações na maioria dos 141 municípios. Uma estratégia avaliada pela sigla prevê visitas da cúpula do partido ao interior, em comitivas sob o comando de Bezerra e com apoio do governador, para “alimentar as bases eleitorais”. Mesmo assim, Bezerra destaca que “esse fator somado ao resultado das pesquisas é que ditará as decisões no período das convenções”. As pesquisas de opinião a que ele se refere dizem respeito ao nomes disponibilizados dentro do grupo da base aliada. A sigla também analisará, na próxima reunião, a confecção da lista dos que irão postular cadeiras na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. O partido de Bezerra tem incentivado a disputa por jovens, com foco ainda sobre o crescimento da participação da mulher.
O nome de Julier foi referendado por líderes da nacional da agremiação, como o presidente, Valdir Raupp. No Estado, seu ingresso ao quadro peemedebista não seguiu a mesma “pompa” da nacional, nem foram dados os devidos créditos eleitorais. A visualização dessa seara ficou evidente na última reunião do grupo governista, ocorrida no dia 10 de abril, na Capital. Na data, Bezerra declarou que Julier só será posto como pré-candidato pelo PMDB se garantir comprovação de viabilidade eleitoral.
Outro campo de entendimentos poderá consolidar revisão de projetos políticos. Até agora o senador Blairo Maggi (PR) não admite colocar seu nome para o embate eleitoral. Companheiro de legenda e mantendo estreito relacionamento com Maggi, senador José Aparecido dos Santos, o Cidinho, assegura que o campo é de reavaliação. A negativa de Maggi provocou reação de líderes da base aliada, ainda na última reunião ampliada, que optaram por dar sequência aos projetos de cada sigla.
Até a referida data, muitos dirigentes partidários pediram ao senador republicano que aceitasse a missão de disputar o governo. Sem sinalização, decidiram construir planos, mesmo cientes de que toda essa estrutura de planejamento pode mudar, caso Maggi assuma a condição de cabeça de chapa majoritária. O PR também deflagrou ações para assegurar os planos de eleger o deputado federal e presidente do partido, Wellington Fagundes, ao Senado. Fagundes, que está no sexto mandato consecutivo, conta com aval de Maggi para pleitear o cargo nas eleições deste ano.