A Polícia Federal esteve nessa semana no Nortão, ouvindo depoimento de alguns prefeitos citados no esquema sanguessuga. O ex-prefeito de Nova Canaã Wilson Cargnin foi um dos ouvidos, na última terça-feira. O depoimento foi em uma sala na prefeitura municipal. Também foi ouvido o ex-secretário de gabinete Eber José da Silva. O ex-prefeito confirmou ao Só Notícias que o Ministério Público pediu reabertura do processo, que fora arquivado em 2005, e no qual ele foi indiciado.
Segundo ele, não houve compra de ambulância, mas sim, a aquisição de uma unidade móvel de saúde. “Essa aquisição fez parte de um lote com mais de 100 unidades que foram viabilizadas pelo ex-governador Dante de Oliveira, com o aval dos deputados estaduais e do ministro José Serra. Foi feito tudo dentro da normalidade, não percebemos qualquer irregularidade na época”, explicou.
O ex-prefeito disse que o município era carente e não tinha recursos para adquirir os equipamentos de outra forma. “O Darci Vedoin, de certa forma, foi importante para o nosso município, sem ele, a população não teria sido beneficiada”, afirmou. Ele também negou que tenha havido superfaturamento. “O valor foi definido pelo Ministério da Saúde”.
O indiciamento seguirá para o Ministério Público decidir se apresenta ou não denúncia formal contra Cargnin na Justiça. O escândalo da máfia dos sanguessugas começou em 2005. Há suspeita de que tenham sido desviados dos cofres públicos mais de R$ 110 milhões através da ajuda de deputados federais, prefeitos e servidores municipais.
Ao todo, a PF já indiciou prefeitos e servidores de 11 municípios mato-grossenses.