sexta-feira, 26/abril/2024
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Ex-ministro José Dirceu deve depor esta semana no caso “mensalão”

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O ministro demissionário José Dirceu (Casa Civil) marcou para esta semana o seu depoimento na comissão de sindicância da Câmara que investiga o escândalo do “mensalão”. Já na CPI dos Correios, embora a oposição vá trabalhar para intensificar as investigações, o governo quer evitar que figuras-chave do caso, como o próprio ministro demissionário, sejam chamadas a depor.

Dirceu reassume seu mandato de deputado federal na quarta-feira com a missão declarada de defender o governo e o PT no Congresso. “Conversei com o ministro e ele marcou para essa semana”, disse o corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI). O depoimento no Congresso deverá ser a portas fechadas.

A fala de Dirceu à comissão de sindicância coincidirá com a disposição da oposição de levar depoentes de peso à CPI dos Correios, outra das três frentes de investigação no Legislativo.

O problema é que o governo quer limitar as convocações para a CPI apenas às pessoas relacionadas à suspeita de corrupção nos Correios. “Apenas bagrinhos”, na visão da oposição.

“A oposição concorda em ouvir o [Maurício] Marinho na terça [amanhã]. Mas não vamos ficar ouvindo só “marinhos”, apenas bagrinhos. Queremos os peixes mais pesados”, disse o senador Arthur Virgílio (AM), líder da bancada do PSDB.

Virgílio disse que está orientando a bancada tucana a retirar os requerimentos de convocação menos importantes. “Nosso objetivo imediato é ouvir o Roberto Jefferson”, disse o senador.

Maurício Marinho é o ex-diretor dos Correios flagrado embolsando R$ 3.000. Roberto Jefferson, presidente licenciado do PTB, acusa o PT de pagar mesada de R$ 30 mil a deputados do PP e do PL em troca de apoio político.

“Marinho nem é mais peça-chave”, reforça o senador José Agripino Maia (RN), líder do PFL. E acrescenta: “Eles [governo] querem inundar a CPI de requerimentos para lotar de gente”.

Agripino concorda que a CPI deve se concentrar em depoentes de maior peso, mas avalia que Roberto Jefferson deveria ser ouvido posteriormente, por achar que fatos novos devem surgir nas próximas semanas. “A questão fundamental é: de quem foi a idéia, quem participou, quem buscou [o dinheiro]”, completou.

Palanque

Segundo os governistas, a oposição quer transformar a CPI em palanque eleitoral. “A CPI dos Correios é para investigar o fato determinado. Eles [oposição] querem transformar tudo em palanque contra o governo”, afirmou o deputado Paulo Rocha (PA), líder do PT.

Para o presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), ainda não é possível descartar a convocação de nenhuma pessoa, seja ela do PT ou do governo.

“Esse é um processo que evolui ao longo das sessões. Não posso dizer que convocaremos, ou não, A, B ou C. A investigação vai mostrar o caminho”, disse.

De acordo com o presidente da comissão, “não há condição de abafar” os trabalhos da CPI.

“A imprensa está acompanhando. Todos estão acompanhando. A operação tem de ser segundo os fatos. Não podemos brigar com os fatos”, declarou.
Delcídio afirmou que estará pronta hoje a análise de todos os requerimentos que foram apresentados à CPI –101 ao todo.

O cronograma das investigações no legislativo é o seguinte nessa semana: a CPI dos Correios, que em tese apura a suspeita de corrupção na estatal, ouvirá Marinho na terça, dia em que deve aprovar outros depoimentos.

A comissão de sindicância da Corregedoria da Câmara, que apura o envolvimento de deputados com o suposto “mensalão”, ouvirá Dirceu e outros parlamentares citados por Jefferson, que acusa o ministro demissionário de chefiar o esquema.

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