Juízes militares que fazem parte do conselho especial decidiram, no final da tarde, no Fórum de Cuiabá, converter de preventiva para domiciliar a prisão do coronel Zaqueu Barbosa, ex-comandante geral da Polícia Militar, acusado de envolvimento nos grampos telefônicos feitos por um grupo de militares em telefones de políticos, servidores e empresários. Zaqueu estava preso há cerca de 9 meses e, agora, ficará em casa, usando tornozeleira eletrônica. A defesa do coronel pediu a soltura e substituição por medidas cautelares alegando que Zaqueu já não exerce mais cargo de chefia na Polícia Militar.
Também hoje os juízes decidiram manter preso o cabo Gerson, por unanimidade e alguns manifestaram estranheza em relação à postura do cabo Gerson Correa, que teria tido maior participação no caso dos grampos e é acusado de envolvimento direto na área de tecnologia e gravação das conversas telefônicas.
Também foram mantidas as medidas cautelares impostas aos coronéis Ronelson de Barros e Evandro Lesco, que estão em prisão domiciliar e usando tornozeleira eletrônica. Ao manter essas medidas, o juiz destacou que devido à patente, o coronel pode exercer influência sobre policiais subordinados e acabar trapalhando o andamento processual.
O escândalo dos grampos telefônicos causou a saída de alguns secretários estaduais que integravam o primeiro escalão porque as acusações são que adversários do governo teriam sido gravados clandestinamente. Além de Zaqueu deixaram os cargos Roger Jarbas, que era secretário de Segurança e chegou a ficar preso assim como o ex-secretário de Justiça, Airton Siqueira, da Casa Militar Evandro Lesco e da Casa Civil, Paulo Taques.