O deputado Emanuel Pinheiro disse, há pouco, ao Só Notícias, que deixou o PR pela "porta da frente" e assume a liderança do PMDB na Assembleia. Ele estava há 10 anos no Partido da República e ocupava cargo de secretário geral. O PR tinha a maior bancada na Assembleia até o início do ano e, agora, não tem representante. "Encerrei um ciclo. Com a abertura na janela (prazo para troca de partido sem perder mandato), começou a ser construída uma configuração política no Estado. Tínhamos a maior bancada, com 5 deputados, e 4 saíram (Mauro Savi, Nininho, Sebastião Rezende e Wagner Ramos). Com pedido da minha base para mudar, considerando que o senador Blairo Maggi também vai sair, começou ser colocada em prática a mudança e optei pelo PMDB por ser partido tradicional, está estruturado em todos municípios do Estado e por ter prestado grandes serviço no Estado e no país. Tenho ótima relação com a cúpula do partido e há anos recebi convites. É uma sigla estremamente orgânica. Então foi uma série de fatores", expôs.
Emanuel Pinheiro afirmou que, no PMDB, "vou manter posição de independência. Desde o governo passado, levantei a voz em relação a vários problemas. Não jogo contra o Estado e também não aliso em relação o que não acho correto, apresentando sugestões. Não tenho compromisso com governo Pedro Taques, mas com a população", afirmou. Pinheiro elogia o governador mas cobra resultados. "É um homem honesto, sério e bem intencionado. Agora, quanto a gestão, falta muito e precisa demonstrar mais resultados em estradas, segurança, educação e saúde que em muitos casos deixa a desejar. Ele tem tempo ainda mas ainda precisa dizer a que veio", cobrou.
Emanuel não vê desgastes políticos por ter optado pelo PMDB, cujo principal líder no Estado, o ex-governador Silval Barbosa, está preso desde setembro do ano passado, acusado de receber propina em troca de incentivos fiscais concedidos para empresas. "Respondo com uma frase e definição que não são minhas. Partidos não cometem crimes. Quem cometem crimes são pessoas. Essa frase é do então senador Pedro Taques quando justificou a escolha de Carlos Favaro, do PP, de Pedro Henry, condenado no mensalão, que foi escolhido candidato a vice-governador. Concordo com governador (Taques). Cada um responde por seus atos. O partido não pode pagar por erros dos seus membros", afirmou. Favaro deixou o PP e assumiu a presidência do PSD.
Emanuel disse que também vai trabalhar para reestruturar o PMDB na baixada cuiabana e ter candidatura própria. "O partido já teve candidatos a prefeito, já teve prefeitos e agora precisa ser reestutrurado. Temos bons nomes para disputar como o caso de Valtenir Pereira e Francisco Faiad, Toco Palma e vamos também conversar com as demais forças políticas", disse, referindo-se a composições.