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Dinheiro desviado da Conta Única pode ter financiado campanhas eleitorais em Mato Grosso

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Parte dos R$ 86 milhões desviados da Conta Única do Estado pode ter sido usada para o pagamento de contas e dívidas de campanhas eleitorais. Esta é uma das linhas de investigação adotadas pela Polícia Civil, que prossegue com as investigações deflagradas com a Operação BB Pag. De acordo com os delegados que comandam os trabalhos, os envolvidos são suspeitos, até o momento, da prática de cinco crimes. São eles: peculato, associação criminosa, lavagem de dinheiro, falsificação de documento e falsidade ideológica. As informações foram repassadas nesta quarta-feira (21). Onze pessoas permanecem presas, após a renovação das detenções temporárias.

Segundo a delegada titular da Defaz, Cleibe Aparecida de Paula, a investigação dá continuidade a operação “Vespeiro”, realizada em maio de 2012, desencadeada após serem verificados diversos pagamentos ilícitos a pessoas físicas com ou sem vínculo como o Governo do Estado de Mato Grosso, através da Contra Única do Estado, via sistema BB-PAG. “É um amadurecimento da operação Vespeiro, que na ocasião, resultou no oferecimento de denúncia pelo Ministério Público de 15 pessoas, entre servidores públicos, empresários, advogado, contador e um ex-secretário, por favorecimento no esquema”.

O próximo passo a ser tomado será a análise de todo o material que foi apreendido na operação e a convocação dos servidores da Sefaz à época que participaram do esquema criminoso e que já se encontram respondendo ação penal no tocante às pessoas físicas. A expectativa é de que a investigação seja concluída apenas no primeiro semestre de 2016, dada a complexidade do caso.

A delegada Alexandra Mensch Fachone explicou que as prisões dos suspeitos tiveram que ser realizadas ao mesmo tempo para comprovação do vínculo existente entre os favorecidos. “Essas pessoas eram devedoras ou familiares dos envolvidos que foram favorecidos com carros, viagens, imóveis, materiais de construção, entre outros meios, identificados nas investigações. Apenas um dos alvos recebeu por meio de suas duas empresas de fomento mais de R$ 25 milhões”.

Para o secretário controlador do Estado, Ciro Rodolpho Gonçalves, a operação é mais uma oportunidade de mostrar os esforços permanentes e a integração entre instituições com o objetivo de desarticular esquemas de corrupção e fazer o que é correto em relação ao dinheiro público. “A segunda fase da operação é um exemplo de evolução desse trabalho, mostrando o interesse em dar uma resposta à sociedade em uma velocidade cada vez maior”.

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