Três municípios do norte de Mato Grosso estão sofrendo impacto social, econômico e ambiental por consequência da construção da Usina Hidrelétrica de Energia (UHE) no rio Teles Pires. A informação foi feita pelo prefeito de Colíder, Nilson Santos (PMDB), em reunião com o secretário de Estado de Meio Ambiente, José Lacerda (foto) e o representante da Companhia Paranaense de Energia (Copel), responsável pela obra, Sergio Lamy. O encontro foi intermediado pelo deputado Dilmar Dal’ Bosco (DEM). Nilson diz que, por conta da instalação da usina, Colíder teve um crescimento populacional de 60% nos últimos três anos e provocou sérios problemas no atendimento na saúde e educação. “O município não recebe mais verbas com o aumento no número de habitantes. E para suprir esse aumento inesperado, precisamos que os responsáveis pelo empreendimento, o governo estadual e federal, nos dê suporte à construção de moradias populares, melhoria, ampliação e construção de postos de saúde, pavimentação asfáltica e iluminação pública”, argumentou Nilson. Outro problema apontado pelo gestor municipal refere-se à atividade pesqueira.
Segundo o prefeito, 150 famílias que sobrevivem diretamente da pesca estão sendo prejudicados devido aos trabalhos de instalação das usinas hidrelétricas no rio. “Os pescadores exigem ressarcimento por lucro cessante, pelo período em que deixaram de trabalhar”, complementou o prefeito.
O representante da empresa, por sua vez, afirmou que tem cumprido com todas as obrigações legais do empreendimento, inclusive com a indenização dos pescadores da região. “Desde o início da obra, a Copel tem dialogado com a comunidade para explicar o processo da construção do empreendimento e seus impactos”, explicou.
O deputado Dilmar Dal’ Bosco (DEM) propôs uma reunião no próximo dia 15, em Colíder, para averiguar "in loco" os efeitos causados na sociedade pela construção da usina hidrelétrica e assim buscar soluções dos problemas junto aos governos e a empresa. O parlamentar ressaltou que não existe atividade socioeconômica que não traga riscos, contudo é preciso minimizar os efeitos.
"Mato Grosso cresce no mesmo ritmo de países como a China e, por isso, é imprescindível investimentos na geração de energia. Contundo é preciso avaliar as consequências sociais, econômicos e ambientais provocados pela instalação do empreendimento. Vamos encontrar uma solução para resolver os problemas de forma pacífica, sem prejuízos entre as partes, ou mesmo a população, que conta com essa hidrelétrica”, afirmou Dal’ Bosco, através da assessoria de imprensa.