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Dilma Roussef aceita ser ministra da Casa Civil no lugar de José Dirceu

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou na quinta-feira (16) a ministra das Minas e Energia, Dilma Roussef, para substituir José Dirceu na Casa Civil. Ela aceitou.
A escolha de Dilma, que deve ser anunciada na segunda-feira, dará à Casa Civil um formato gerencial e nada político, retomando o modelo do governo Fernando Henrique Cardoso, que teve dois técnicos na pasta –os ex-ministros Clóvis Carvalho e Pedro Parente.

Lula disse a ela desejar um “choque de gestão” na Casa Civil, onde há projetos e medidas paralisadas ou em lenta tramitação devido ao bombardeio sofrido por Dirceu nas últimas semanas e às missões políticas que o ministro demissionário desempenhava. Dirceu, apesar de ter perdido formalmente as atribuições políticas na reforma ministerial de janeiro de 2004, nunca deixou a área, o que o sobrecarregava.

O presidente disse à ministra das Minas e Energia que deseja que ela acelere cinco ou seis grandes projetos que estão patinando, especialmente as PPPs (Parcerias Público Privadas).

Dilma, que participou na sexta-feira, no Rio, da cerimônia de posse do novo diretor da ANP (Agência Nacional do Petróleo), Vitor Martinsoi, comentou com apenas uma frase a possibilidade de assumir o comando da Casa Civil: “Não tenho conhecimento disso”.

Diferentemente do político Dirceu, Dilma fez carreira como técnica. Em comum, os dois combateram a ditadura militar de 1964 em organizações de esquerda clandestinas. Dilma foi do PDT até 2001, quando ingressou no PT gaúcho.

A dúvida de Lula agora é manter ou não a pasta da Coordenação Política. Apesar do desejo de extinguir a pasta, a opção por Dilma reforça a possibilidade de manutenção desse ministério, hoje a cargo de Aldo Rebelo, a fim de que seja feita ponte com os articuladores políticos do Congresso. Se a pasta for mantida, o nome mais cotado para substituir Aldo é o do ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP).

Lula estuda trocar os ministros da Saúde, Humberto Costa, e das Cidades, Olívio Dutra, abrindo espaço para composições políticas com o PMDB, ainda que essas pastas não sejam especificamente dadas a esse partido.

Lula disse na quinta a auxiliares que os ministros Aldo, Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia) e Ricardo Berzoni (Trabalho) retomariam seus mandatos de deputado federal junto com Dirceu. Campos se movimenta para ficar –Lula reavalia seu caso.

O PSB, partido de Campos, deseja preservá-lo para uma candidatura ao governo de Pernambuco. Campos só quer sair em abril do ano que vem, prazo de desincompatibilização para quem ocupa cargo executivo e pretende disputar eleição em outubro.

Lula analisa demitir Romero Jucá (Previdência) e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Ambos respondem a inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal). O primeiro é acusado de desviar recursos públicos. O segundo, de esconder patrimônio por meio de operações financeiras supostamente irregulares. Mas há complicadores.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), está empenhado em segurar o correligionário Jucá, que é visto por Lula como bom gerente.

Lula deseja ampliar o espaço do PMDB no ministério, mas os sete governadores do partido e a ala oposicionista rejeitam. Além da Previdência, o partido tem a pasta das Comunicações, chefiada pelo deputado federal Eunício Oliveira.

A tendência até ontem era a permanência de Eunício, mas, se vingar o critério de afastamento para quem vai disputar eleições em outubro, ele integraria uma leva de retorno à Câmara. A eventual permanência de Campos reforça a de Eunício.

A substituição de Meirelles depende de operação na área econômica. O presidente do Banco Central aventa a possibilidade de disputar o governo de Goiás no ano que vem. Aproveitaria o eventual pretexto de Lula tirar quem vai se candidatar para sair do BC.

Se Meirelles sair, o mais cotado para substituí-lo é o secretário-executivo da Fazenda, Murilo Portugal, apesar de outras hipótese não estarem descartas, pois Palocci fez discretas sondagens no mercado financeiro.

Estaria a cargo de Palocci a eventual entrada do empresário Abílio Diniz (grupo Pão de Açúcar) no ministério. Sondado por Lula, Diniz sinalizou positivamente, mas disse a amigos que gostaria de uma pasta mais poderosa do que o Conselho Econômico de Desenvolvimento Econômico e Social, hoje ocupado pelo petista Jaques Wagner.

Lula avalia dar uma pasta ao PP do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PE). O nome do deputado federal Ciro Nogueira (PI) voltou a ser uma opção.

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