Hoje pode ser o “Dia D” para os produtores rurais que deflagraram há quase um mês, o movimento “Grito do Ipiranga”. Uma audiência de governadores de 12 Estados, com o presidente Lula será realizada. Eles entregarão um documento com reivindicações para amenizar a falta de renda de produtores agrícolas. Os produtores buscam alternativas para minimizar perdas no campo e reativar a economia.
O cenário de câmbio valorizado e altos custos de produção tem causado o endividamento no setor e limitado receita para nova safra. Os produtores estão com os custos cartelizados e as receitas globalizadas. Este é o tom do discurso de líderes políticos ligado ao agronegócio e de produtores rurais.
Em Mato Grosso, foi decretada moratória branca e há quase 30 dias os bancos não recebem dívidas agrícolas e nem propostas de custeio. Qualquer operação para a próxima safra foi suspensa enquanto os produtores aguardam as mudanças na política agrícola.
Os bloqueios de cargas, que na semana passada tumultuaram Mato Grosso e causaram impacto significativo na redução de exportação, deve ser intensificado. Na região Norte, já há falta de combustível. As prefeituras, sem óleo diesel, tiveram que suspender vários serviços e priorizam coleta de lixo, ambulância e transporte escolar.
Os produtores deixaram claro que não querem seja tomadas mais medidas paliativas. “Vamos continuar até que o governo apresente medidas concretas para solucionar os problemas”, afirmou um deles.
Na última sexta-feira, o governo anunciou a liberação de R$ 1 bilhão para garantir preços mínimos para a soja. Esse mecanismo, segundo explicou o ministro, servirá como uma espécie de subvenção diferenciada por Estado a fim de que o produtor tenha uma renda mínima garantida. As outras 12 reivindicações apresentadas, deverão ter uma resposta no próximo dia 25, quando o ministério vai lançar o Plano Safra.