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Deucimar diz que eleição na Câmara de Cuiabá será anulada

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O presidente da Câmara de Vereadores de Cuiabá, Deucimar Silva (PP), “abriu” o verbo ontem, um dia após a derrota dos aliados diante da eleição de Júlio Pinheiro (PTB) como futuro presidente da Casa. Ele afirmou que a escolha vai ser anulada pela Justiça, disse ter novas gravações que mostrariam compra de votos de pelo menos 6 parlamentares, comparou o processo eleitoral ao “mensalão” do DEM em Brasília, prometeu brigar para reduzir o orçamento da próxima Mesa Diretora e disse não fazer questão do voto dos colegas para ser eleito deputado estadual. As declarações acirraram ainda mais os ânimos no Legislativo.

Deucimar falou sobre o assunto no final da sessão plenária de ontem. Foi a primeira vez que ele comentou publicamente a eleição de Júlio Pinheiro, já que se recusou a participar da votação realizada na tarde de anteontem alegando ser vergonhoso o episódio. Júlio foi eleito com voto de 13 dos 19 vereadores por Cuiabá, já que, por falta de apoio, Adevair Cabral (PDT) e Everton Pop (PP) recuaram da tentativa de manter o grupo da situação no comando da Casa. O futuro presidente toma posse em janeiro de 2011.

Deucimar afirmou acreditar que a eleição vai ser anulada porque o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), na opinião dele, vai reverter a decisão judicial que cassou o mandato do vereador Ivan Evangelista (PPS). Foi a cassação que abriu em definitivo a vaga ao então suplente Júlio Pinheiro.

Além da julgamento do TRE, Deucimar avalia que o Ministério Público Estadual (MPE) deverá pedir à Justiça a anulação da eleição com base nas imagens que mostrariam compra de votos na eleição da Mesa Diretora.

O atual presidente encaminhou anteontem um DVD ao MPE que mostraria 2 vereadores vendendo voto. Ele se recusa a mostrar as imagens à imprensa, mas garantiu que irá encaminhar também nos próximos dias outro vídeo que mostraria cooptação de pelo menos mais 4 ou 5 parlamentares. O MP ainda não escolheu o promotor que irá investigar o caso e, por isso, não se pronunciou.
Deucimar Silva também comparou as denúncias de compra de voto na Câmara de Cuiabá ao Mensalão do DEM em Brasília. “Isso que ocorreu aqui em Cuiabá é vergonhoso. É pior ainda do que ocorreu com o ex-governador José Roberto Arruda, já que, no caso dos vereadores, as imagens mostram que existem alguns até amassando o dinheiro para caber nos bolsos por causa do grande volume”. O presidente da Câmara se recusou a revelar nomes. Alega que isso caberá ao MP fazer se encontrar indícios de crime.

Ao comentar a eleição de Júlio, Deucimar ressaltou ainda que, a partir da semana que vem, deverá apresentar um projeto para reduzir o orçamento da futura Mesa Diretora. Ele alega que a receita deveria se manter nos atuais R$ 20,2 milhões por ano e não aumentar para R$ 23 milhões como está previsto para 2011.

Outro lado – Júlio Pinheiro não retornou as ligações de A Gazeta. O vereador Clovito Hugueney (PTB), um dos articuladores da eleição do correligionário, rechaçou as declarações de Deucimar. Alega que a conversa sobre o DVD é um blefe.

“A eleição é legítima e não vai ser anulada. Tudo isso que ele está fazendo é uma tentativa de sair de forma honrosa diante da derrota que o grupo dele sofreu”, afirmou Clovito. Ele promete também se reunir nos próximos dias com o 1º vice-presidente da Câmara, pastor Washington Barbosa (PRB). Propõe que a Mesa Diretora se recuse a assinar atos sugeridos pelo atual presidente, com exceção da folha de pagamento de servidores, impostos e contas como de telefone. Isso pode acirrar ainda mais os ânimos na Casa, que têm sido marcados por denúncias de corrupção nas gestões de Chica Nunes e Lutero Ponce.

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