Os cinco deputados que compõem a bancada do PFL na Assembléia Legislativa são favoráveis à candidatura própria do partido ao governo do Estado. Uns mais afoitos, outros mais ponderados, todos defenderam essa tese no encontro que o PFL realizou ontem no auditório da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM). O nome mais defendido é o do senador Jonas Pinheiro, mas o deputado Zeca D’Ávila já se colocou à disposição da sigla para disputar o cargo.
Para o deputado Humberto Bosaipo o assunto é muito importante e precisa ser resolvido logo. Segundo ele, a situação das chapas proporcionais ficaria complicada em coligação branca, sem puxador de voto. O parlamentar alerta ainda para a necessidade de se formar uma chapa proporcional forte e decidir se haverá coligação para esse caso especificamente. Isso porque, como disse, os candidatos ao governo e ao Senado podem se ver enfraquecidos pela chapa de deputados estadual e federal.
Bosaipo defende que o PFL tenha candidato ao governo e ressalta que nomes já existem. “Se o senador Jonas não aceitar, temos o deputado Zeca D’Ávila”, frisou. O parlamentar também frisou que o PSDB é um partido que não pode ser desprezado, mas para ele, só se deve pensar em coligação com os tucanos no segundo turno. Sobre o PPS, Bosaipo entende que a grande maioria dos pefelistas não quer repetir a coligação. Contudo, ele ressaltou que a posição da bancada do partido na Assembléia em relação ao governo não será diferente enquanto não houver uma decisão partidária.
D’Ávila, em um discurso inflamado, frisou que já andou o Estado inteiro falando que o PFL terá candidato ao governo e agora não vai voltar atrás. Ele também avisou que se o PFL insistir em coligar com o PPS ele será dissidente. “Já foi feita uma prévia e 95% do partido quer candidatura própria”.
O deputado Dilceu Dal’Bosco destacou ser preciso lembrar que o PFL propôs à coligação Mato Grosso Mais Forte apoiar a reeleição de Blairo Maggi (PPS) desde que Jaime Campos seja candidato exclusivo ao Senado. Ele garantiu que respeita qualquer decisão do partido, uma vez que ela ouça o que deseja a base da sigla.
“Não se faz política de cima para baixo. Não podemos esquecer dos nossos prefeitos que precisam do governo. Não podemos deixar a emoção superar a razão. Claro que eu gostaria de ter candidato próprio ao governo, mas temos que respeitar as lideranças e ouvir todos”, ponderou Dal’Bosco.
De acordo com Joaquim Sucena, o PFL tem quadro suficiente para fazer a vontade do povo. Para ele, é melhor caminhar com chapa própria do que formar coligações “esdrúxulas” só por obrigação da verticalização. “Minha alegria é que o PFL tem condições de disputar a eleição seja qual for a regra do jogo. Vamos fazer com que a razão atenda o que pede a base do partido.
O deputado José Carlos de Freitas salientou que o tempo está passando e o partido precisa definir logo a situação. Por ele, o PFL terá candidatura própria e deve até buscar o apoio do PSDB se entender necessário.
No encontro do PFL ficou definida a realização de uma pesquisa qualitativa e quantitativa para saber a opinião do eleitor sobre como estão os pefelistas e o partido. Também foi delegada à executiva regional poderes para que os membros iniciem conversas oficiais com outras siglas sobre as eleições de outubro.