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Deputados convocam PM´s envolvidos em tragédia de simulação

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A Assembléia Legislativa convocou o comandante Geral da Polícia Militar, coronel Campos Filho; o coronel Wilquerson Felizardo Sandes; o major Wilker Soares Sordré; o tenente e os sete soldados envolvidos para prestarem esclarecimentos sobre a operação simulada pelo Grupo de Operações Especiais (GOE) da PM, ocorrido em 26 de maio de 2007 na cidade de Rondonópolis. A tragédia que abalou a cidade resultou em 12 pessoas feridas – sendo quatro com gravidade – e, na morte de Luiz Henrique Dias Bulhões, 12 anos, atingido por dois fragmentos de bala na cabeça. O caso teve repercussão nacional e internacional. Ao realizarem uma simulação de seqüestro, os policiais deveriam utilizar somente projéteis de festim, mas quatros policiais que estavam no interior do ônibus utilizado na simulação, usavam escopetas calibre 12 e fuzis 762 e, por razão ainda desconhecida, usavam projéteis reais.

Os envolvidos serão ouvidos na AL em reunião conjunta das Comissões de Segurança Pública e Comunitária, presidida pelo deputado Walter Rabello (PMDB) e, de Direitos Humanos Cidadania e Amparo à Criança, ao Adolescente e ao Idoso, presidida por Chica Nunes (PSDB). Os requerimentos foram apresentados pelos deputados Percival Muniz (PPS) e Zé Carlos do Pátio (PMDB) e aprovados por unanimidade em plenário. Os deputados querem saber como as balas reais e não as de festim estavam na arma que acabou vitimando os presentes. Querem ainda, esclarecer porque passados mais de 20 dias ainda não se tem o resultado das investigações.

“Após dias, não houve retorno à sociedade quanto à apuração das responsabilidades. Pelo relevante interesse público propomos a convocação dessas autoridades para revelar a toda sociedade mato-grossense os resultados positivos e negativos bem como as responsabilidades, para que fatos lamentáveis como este não venha mais a ocorrer”, disse Percival Muniz.

A situação da segurança ou de insegurança pública em Rondonópolis tem preocupado os parlamentares e é histórica. Além desse fato, a cidade registrou esta semana, a maior fuga da história penitenciária do Estado. 58 presos fugiram do Presídio da Mata Grande, no distrito de mesmo nome (15 km do centro de Rondonópolis), por volta das 2 horas da madrugada do último dia 12.

Os presos escaparam por um túnel de mais de 30 metros ligando o Raio 1 à lateral externa da unidade. A perícia oficial estima que foram necessários de cinco a seis dias para a escavação do túnel e que os 18 metros cúbicos de terra depositados em celas desativadas correspondem à carga de pelo menos dois caminhões-caçamba. Presos de outras alas do mesmo raio tiveram acesso ao túnel, o que levanta a hipótese de facilitação por parte de funcionários da penitenciária.

Em outro episódio registrado em 2005, dois presos tentaram fugir dentro de uma caçamba de lixo. Em 2000, houve uma fuga em massa da unidade de 34 presos e pelo menos 20 deles foram recapturados. Outro fato de repercussão nacional e internacional foi registrado em 2001. Policiais militares executaram o garoto Nilson Pedro da Silva, de 15 anos. Tudo foi gravado pelas câmaras de uma TV local. As imagens demonstraram que Nilson não representava, no momento da execução, nenhuma ameaça à operação policial.

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