Completando seus primeiros 100 dias de gestão hoje, o governador Pedro Taques (PDT), que em seu primeiro mandato no Executivo Estadual conseguiu conquistar uma bancada situacionista de maioria na Assembleia Legislativa, chega a esse primeiro marco de sua administração com crédito entre os parlamentares. Tanto representantes da base aliada como do bloco de oposição, entendem que o período foi de adaptação e conclusão da transição, mas a partir de agora, as cobranças devem se acentuar. Isso porque deputados do bloco de oposição e aqueles que se consideram independentes passar a exigir ações efetivas por parte do Executivo.
Para o líder do governo na AL, deputado Wilson Santos (PSDB), a relação entre Executivo e Legislativo melhorou muito. “É uma relação de respeito e transparência que já permitiu, de maneira inédita, em um esforço conjunto, a economia de R$ 20 milhões aos cofres públicos estaduais”, destacou.
Ele afirma que, na sua concepção, esses 100 dias representam a conclusão do período transitório, época em que Taques pode conhecer realmente as informações do governo, mas acredita que os frutos vão ser colhidos a partir de 2016. “É impressionante a boa intenção do governador. As ações nos dão a impressão de que vamos viver dias melhores em Mato Grosso, principalmente a partir do ano que vem. Esse é um ano de arrumar a casa”, afirmou.
Uma das representantes da bancada oposicionista, a deputada estadual Janaina Riva (PSD), avalia que esses 100 primeiros dias foram suficientes para o governador se colocar a par de tudo. “A gente está esperando agora as atitudes. O prazo que foi pedido, foi concedido, os deputados respeitaram, todos tivemos calma até agora”.
Da mesma forma, o deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR), que adotou uma postura de independência em relação ao Executivo Estadual, considerou que 100 dias é muito pouco para se avaliar as ações do governo, mas que tem percebido boas intenções. “É um governo sério, preocupado em passar o Estado a limpo, mas a partir de agora precisamos estimular o perfil defendido pelo próprio governador e passar a ser um agente fomentador”.
No entanto, o republicano já aponta pontos negativos na gestão Taques, como a edição do decreto 53, que parcela o pagamento da dívida do Estado com fornecedores. “Não representa o perfil do gestor moderno que o governador aparenta ser e desaquece a nossa economia”, criticou.
Apesar dos parlamentares sinalizarem pelo relacionamento harmônico e independente entre Executivo e Legislativo, como ressaltado pelo líder do governo, uma das principais propostas que poderia efetivar a primeira marca desta gestão, o projeto de Reforma Administrativa encaminhado por Taques há cerca de um mês, ainda tramita na Casa.
Isso porque as comissões permanentes as quais devem se submeter todas as matérias foram instaladas recentemente, impossibilitando a avaliação de qualquer projeto. Mesmo reconhecendo que a cada mês sem que a matéria seja votada, o Estado deixa de economizar cerca de R$ 150 mil, segundo assinalou o secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, o Executivo não pressionou a AL em nenhum momento.
Além disso, encaminhado na última terça (7) ao Legislativo, o projeto do Leilão Reverso teve aprovada a tramitação em regime de urgência especial e foi aprovado em primeira votação, dando sinais de que o governo não deverá enfrentar dificuldades com os parlamentares. Mas a situação deve começar a mudar nos próximos dias, quando as propostas realmente entrarem em discussão na Casa. Janaina lembra que a trégua entre Legislativo e Executivo termina agora. “É um momento em que já vão se iniciar as cobranças. A gente quer ver as ações efetivas e aquilo que foi prometido. Agora não tem mais desculpa”.