O deputado Robeto Jefferson declarou, há instantes, em seu depoimento na comissão de ética da Câmara dos Deputados, que o ministro José Dirceu sabia dos repasses do PT para deputados do PP e PL, o chamando mensalão. “José Dirceu, sai daí rápido para você não causar nada a ninguém, a um homem que eu apertei a mão (referência a Lula). Diferentemente de outros presidentes, este presidente veio de baixo, passou fome, coisa que outros não sabem. É igual ao povo, gente igual ao Brasil, retirante, pobrezinho, passou fome e viveu aquilo que outros só ouviram dizer. Vi um inocente desabar diante disso que falei, um homem correto e honrado cair diante de um cordão de isolamento feito ao redor dele”, disse Jefferson ao fazer elogios e defesa a Lula.
“Eu vou lavar a honra do meu partido, dos eleitores que acreditaram no meu partido, no Partido Trabalhista Brasileiro mesmo que eu viva algumas incompreensões”, garantiu.
“Em mais de 20 anos nesta Casa, nunca mais ouvi falar sobre isso e agora eu ouço todo dia”, disse o deputado ao citar uma ex-deputada que teria dito ter recebido oferta de mensalão. No final do ano, em reunião da Executiva Nacional do partido para tratar sobre dinheiro, o deputado garantiu que foi acusado por companheiros do partido por ter feito acordo com o PT. “Morri, minha autoridade acabou aqui e agora”, disse. Um companheiro teria feito a defesa de Jefferson e então o assunto teria chegado à imprensa, destruindo a imagem do PTB.
O deputado está relatando a concessão de dinheiro ocorrida por meio do PT no ano passado com notas etiquetadas pelo Banco Rural e Banco do Brasil a campanhas políticas do PTB em todo o Brasil. Ele afirmou que as primeiras parcelas foram pagas, mas o acordo não foi cumprido até o fim.
Jefferson diz que bancada do PT não está envolvida no “mensalão”, esquema de corrupção de mesadas dados a deputados da base aliada.
Jefferson repete que não nomeou Maurício Marinho e não tem relações com o ex-diretor de contratação e material dos Correios.
“O governo acertou com a Veja e eles esconderam o que estava nesta fita que eu divulguei depois”, diz Jefferson, afirmando que havia um “diretor virtual” nos Correios.