O deputado federal Victório Galli (PSC) usou a tribuna da Câmara Federal para criticar a decisão de um juiz mato-grossense, que autorizou mudança de gênero em uma criança. O parlamentar iniciou sua fala lembrando de sua preocupação com os ideologismos no Brasil e, em especial, em Mato Grosso, e que a manchete que foi destaque em todo o Estado.
“Fomos surpreendidos com a seguinte manchete: ‘Juiz em MT determina mudança de gênero de criança’. Estampada em diversos sites de notícias e sites do nosso Estado. Afirmo, com todas as letras e com muita tristeza, chegou em Mato Grosso, a todo vapor, o marxismo cultural apoiado, agora, pelo judiciário”.
Galli lembrou ainda sobre o Projeto de Lei do deputado federal Jean Wyllys (PSOL) e da deputada federal Erika Kokay (PT), que prevê a mudança de gênero e cirúrgica em crianças, sem tratamento psicológico. “Vejo que o Brasil está em um estágio de doutrinação ideológica bastante avançado. A ideologia deu espaço ao bom senso e aos valores e moralidade”, ressaltou, ao lembrar ainda que o debate “ainda dará muito pano para manga”.
“A bancada cristã, formada pela frente evangélica e pela frente católica se uniram em defesa da família e de valores cristãos. E não fugiremos do debate. Me animo, em certo aspecto, pois a população está cada vez mais atenta e questões de família e gênero entraram na agenda política do país. Sou enfático ao dizer minha posição, sou a favor da família e contra qualquer ideologismo”.
Sobre a decisão do juiz, o parlamentar mato-grossense afirma que tentaram justificar o injustificável. Além de citar um caso famoso de mudança física de sexo ocorrido em 2013 envolvendo o filho do ex-jogador da seleção brasileira, Toninho Cereso.
"No processo envolvendo esta criança em MT, falouse da realização de estudo do caso, por especialistas, que setores da USP avaliaram o menor e que estes laudos contribuíram para a decisão do juiz. Então irei citar um caso famoso de mudança de sexo com atendimento psicológico e psiquiátrico e, mesmo assim, o final não foi feliz. Cito como exemplo de insucesso deste tipo de procedimento, o caso da Lea T, filho do ex-jogador Toninho Cereso, que fez todo um tratamento psiquiátrico e hormonal, e o filho do ex-jogador é maior de idade, não é uma criança, e este revelou em diversas entrevistas que recebeu o diagnóstico médico de transsexualidade e decidiu realizar a mudança do sexo masculino para o feminino. Pasmem, um ano depois da cirurgia revelou ao Fantástico que continua se sentindo homem, não indicaria a cirurgia para ninguém, não se sente mais feliz e que se arrependeu do procedimento. E, espero que a irresponsabilidade e o ideologismo não tomem de assalto nossos valores e nossas consciências e que o Judiciário não legisle no lugar do Congresso".
A decisão ao qual o parlamentar federal se refere é a do juiz da 3ª Vara da Comarca de Sorriso, Anderson Candiotto.