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Deputado ex-bispo da Igreja Universal renuncia mandato por causa do mensalão

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O deputado federal Carlos Rodrigues (PL-RJ) entregou nesta segunda-feira à Mesa Diretora da Câmara uma carta com o pedido de renúncia de seu mandato. O documento foi entregue por um assessor e deverá ser lido na tarde de hoje, na abertura dos trabalhos, por quem estiver presidindo a sessão. Com isso, ficará oficializada a renúncia do deputado.

Rodrigues está entre os 18 deputados citados no relatório preliminar das CPIs dos Correios e do Mensalão, cuja recomendação é de abertura de processo no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar. A decisão de Rodrigues acontece um dia antes da possível abertura do processo no Conselho.

Na lista repassada à Polícia Federal pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, o deputado aparece como suposto beneficiário de saques no total de R$ 400 mil. O deputado nega e afirma que não há nenhuma prova documental ou testemunhal que o vincule aos saques.

O corregedor da Câmara, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), afirmou que até amanhã as representações feitas contra os 18 deputados serão encaminhadas ao Conselho de Ética da Casa.

Como a renúncia ocorrerá antes da abertura dos processos, Rodrigues não precisará responder a um eventual processo por quebra de decoro e poderá disputar as eleições em 2006.

Carreira política

O deputado renuncia no meio do seu segundo mandato. Rodrigues era do PFL, sigla em que permaneceu entre 1997 e 1999, ano de seu primeiro mandato. O parlamentar nasceu no Rio de Janeiro (1957) e tem formação em Teologia, tendo exercido a profissão de pastor evangélico e radialista.

Sua trajetória política e profissional está ligada à IURD (Igreja Universal do Reino de Deus). Foi bispo fundador da Igreja, tendo ocupado cargos executivos em algumas das várias empresas de comunicação do grupo religioso.

Em fevereiro de 2004, foi retirado do Conselho de Bispos da Igreja por seu envolvimento com o caso Waldomiro Diniz –o escândalo do ex-assessor da Presidência suspeito de ter recebido propina de empresários de jogos quando presidiu a Loterj (Loteria Estadual do Rio de Janeiro), em 2001 e 2002.

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