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Deputado de MT critica presidente boliviano por decreto dos carros

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O vice-líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Wagner Ramos (PR), recebeu com indignação a decisão do presidente da Bolívia, Evo Morales, de decretar a legalização de veículos em situação irregular que circulam em seu país – a grande maioria roubados, segundo policiais locais. O parlamentar alertou as autoridades estaduais e as dos municípios mato-grossenses mais próximos da fronteira com a Bolívia para a possibilidade do aumento de furtos e roubos de veículos em Mato Grosso a partir de agora.

A “Lei de Saneamento Legal”, assinada por Morales na últimaquarta-feira (08) exclui sucatas, carros esmagados e os veículos com volante à direita e os que estão fora do país. Em seus dispositivos mais importantes, ela cria programa de recuperação de veículos a motor a gasolina, gás natural veicular (GNV) e diesel. Eles também devem ser registrados na Aduana Nacional da Bolívia (ANB) nos próximos 15 dias úteis a contar da publicação oficial da decisão.

“Com essa medida, aquele país vai documentar e licenciar todos os carros, caminhonetes, caminhões ou outros tipos de veículos irregulares, independente da origem ou da situação. Ela vai penalizar muitos mato-grossenses”, reagiu Wagner Ramos.

No ano passado, ele tentou montar uma comissão de deputados para se reunir com Evo Morales e tratar da situação dos veículos desviados de Mato Grosso para a Bolívia. Segundo o parlamentar republicano, a ação do presidente do país vizinho ameaça institucionalizar os crimes ligados a furtos, roubos e receptação de veículos.

Entre outros municípios mato-grossenses, ele chamou a atenção para a Grande Cuiabá, Comodoro, Sapezal, Vila Bela, Pontes e Lacerda, Tangará da Serra, Conquista D”Oeste e Porto Esperidião: “Está aberta a temporada de assaltos, roubos e furtos de veículos no estado de Mato Grosso”.

Em fevereiro do ano passado, Wagner Ramos conseguiu a garantia de que a Polícia Rodoviária Federal iria implantar duas delegacias e iniciar operações em pontos estratégicos da região de Tangará da Serra – envolvendo diversos municípios daquele pólo – no enfrentamento e combate a assaltos, roubos de veículos e tráfico de drogas. Entretanto, a certeza dada à época pelo superintendente da PRF em Mato Grosso, Clarindo Alves Ferreira, estava condicionada à nomeação de 74 novos policiais.

As delegacias seriam instaladas em Tangará e Sapezal, e o posto policial na BR-364 – na divisa com trecho da MT-358 (antes BR-364). O local se situa próximo ao Distrito Itamarati Norte, entre Campo Novo do Parecis e Tangará. As ações da PRF também se estenderiam por extenso trecho da BR-174, na divisa com a Bolívia. O projeto não saiu do papel.

A estrutura também proporcionaria segurança e sustentação à atual MT-251, futura BR-242, que corta Tangará. Outros onze municípios seriam igualmente beneficiados com a chegada da PRF na região: Barra do Bugres, Nova Olímpia, Campo Novo do Parecis, Sapezal, Denise, Porto Estrela, Arenápolis, Santo Afonso, Nova Marilândia, Nortelândia e Brasnorte. A população total é estimada em mais de 300 mil habitantes.

O Brasil tem 3.166 quilômetros de fronteira seca com a Bolívia por quatro de seus estados: Acre, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul nesta ordem. A extensão em Mato Grosso é de 780 quilômetros.

 

 

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