O deputado José Domingos Fraga (DEM) apresentou, na Assembleia, pedido para o governo estadual criar o Porto Seco em Sorriso, tornado o município como Porto Certo para o Ramal Setentorial da Ferrovia Norte Sul do Estado de Mato Grosso. A proposta é para mostrar a viabilidade econômica do ramal da Ferrovia Norte Sul proposta pelo diretor da ANTT ligando Sorriso ao porto de Miracema, Tocantins. Nos últimos dez anos, o agro negócio brasileiro tem dado uma demonstração de vigor e competitividade, sem precedentes em toda a história, elevando o saldo da balança comercial de US$ 15 bilhões, em 1995, para U$ 34 bilhões, em 2004.
A evolução da produção deste cultivar a nível global demonstra o quanto o Brasil tem avançado em busca do 1º lugar do ranking mundial, pois, de 2001 a 2003, os norte americanos mantiveram o patamar de 75 milhões de toneladas, enquanto o Brasil saltou da casa de 39.50 para 52.01 milhões, incremento de 75,94% em três safras.
Uma vez permanecendo o mesmo ritmo de crescimento, na próxima década nosso país será inquestionavelmente o líder mundial da agricultura e celeiro global. Para Zé Domingos deve-se relativizar a produção desta cultura no cenário nacional, cuja dinâmica tem seguido trajetórias distintas, sendo possível observar que, comparando o resultado da safra 2002-2003 e 2003-2004, enquanto a produção nacional variou negativamente a 4,32%, o Estado de Mato Grosso teve um incremento de 15,9%.
Mesmo que outros Estados apresentaram índice superior a Mato Grosso, em função do volume e historicidade deste cultivar em solo mato-grossense. Tal evolução consolida a posição no ranking nacional de maior produtor de grãos. Embora sua área agricultável apresente característica de cerrado, e como desafio à necessidade de investimentos em tecnologias modernas, somadas a regularidade de seu regime de chuva, e extensão da área agricultável possibilitou nos últimos anos a obtenção de excelência na produtividade da soja, variando de 2.500 a 3.300 kg/há. Reafirmando a otimização do solo e em conseqüência a produção agrícola.
A participação do Estado na produção nacional obteve rápida evolução de 8,4% em pouco mais de meia década, (de 33,4% na safra 96-97 para 41,8% na safra 2003-2004), como observado anteriormente, tal evolução se deu em razão da adoção de tecnologia de ponta e necessária profissionalização da agricultura.
Para ele é indispensável observar quanto o Estado de Mato Grosso e demais estados que compõem o Centro-Oeste são taxados em decorrência de um efeito de tributação em cascata do ICMS, que incide sobre todas as etapas de produção, sobre os serviços e, finalmente, sobre o produto no porto, o que, obrigatoriamente eleva o custo de produção por um lado e desestimula o investimento em função da baixa lucratividade.
Além deste fator, merece ainda reflexão a inexistência de uma política condizente a demanda de escoamento de produção, cujo modal – rodovia – foi o único meio explorado para o transporte até os dias atuais, porém, encontra-se estrangulada, carecendo da adoção de outro modal, pois, as tendências, como vêm anteriormente, é aumentar a referida demanda.
Zé Domingos espera que a discussão sobre a criação de um porto seco em Sorris e a chegada dos trilhos da ferrovia possa responder a demanda dessa cultura. A construção do ramal setentrional interligando os municípios do médio e norte do Estado à ferrovia Norte-Sul, transformando Mato Grosso mais competitivo no mercado internacional. Segundo estimativas da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) com este ramal os produtores terão uma economia aproximadamente de 30% nos custos do frete.