Diante da ameaça de os servidores da saúde de Cuiabá também entrarem em greve, a exemplo do que aconteceu com a classe médica, a reestruturação de hospitais públicos em cidades do interior foi apontada como solução para o caos que se instalou em Mato Grosso, durante sessão plenária desta semana, na Assembleia. O deputado Dilceu Dal”Bosco (DEM) apresentou números comparativos entre o Hospital Santo Antônio de Sinop, instituição filantrópica conveniada, para algumas especialidades, ao Sistema Único de Saúde (SUS) e a Secretaria de Estado de Saúde (SES), e o Hospital Regional de Sorriso, unidade mantida pelo governo estadual para atendimento aos municípios do norte e médio-norte mato-grossense.
De acordo com o democrata, enquanto o Hospital de Sorriso gasta, em média, R$ 7 mil por internação, a unidade filantrópica de Sinop realiza o mesmo serviço por pouco mais de R$ 1 mil, “com menor média de permanência, e índice de mortalidade menor, se comparado às outras instituições, apesar de contar com UTI, nefrologia e oncologia funcionando”, relatou.
A taxa de mortalidade no Santo Antônio, ainda segundo Dilceu, é de 2, 04%, enquanto no Hospital de Sorriso o índice é de 3,78%. Este percentual chega a 6,05% no Hospital Regional de Colíder e 5,42% em Rondonópolis.
No próximo dia 8, Dal”Bosco estará reunido com o governador Blairo Maggi (PR) e com o secretário Agostinho Moro, para propor a descentralização da saúde pública, através da celebração de convênios com unidades filantrópicas e igrejas. Na oportunidade, o consultor hospitalar Wellington Arantes, responsável pela gestão de 204 instituições beneficentes de saúde em diversos estados brasileiros, tentará fazer o convencimento do executivo.
No início desta semana, Dilceu apresentou requerimento, onde solicita relatório com os gastos mensais de todas as unidades de saúde mantidas pela SES.
O deputado Percival Muniz reforçou o descontentamento com a saúde pública de Mato Grosso e afirmou que os gastos diários na capital ultrapassam um milhão de reais.