Em depoimentos prestados à Polícia Civil e ao Ministério Público Estadual, dois investigados na Operação Bereré afirmaram terem ouvido de representantes da EIG Mercados Ltda (antiga FDL Serviços) que o escritório de advocacia que tem como um dos sócios o ex-secretário Paulo Taques seria o responsável por tratar de assuntos relacionados à empresa em Cuiabá.
A EIG está no centro da investigação que apura o pagamento de propina a diversas pessoas por conta de um contrato firmado com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Taques nega ter advogado para a empresa.
No último dia 19, o empresário Roque Anildo Reinheimer, sócio da Santos Treinamento, empresa supostamente utilizada para o repasse da propina, foi ouvido pelos delegados e promotores do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
O episódio narrado por ele teria ocorrido em janeiro de 2015, quando a FDL parou de fazer os repasses à Santos Treinamento, segundo Roque após uma rescisão fraudulenta do contrato firmado entre elas. Ao procurar, em Brasília, o diretor da empresa, José Kobori, ele foi informado por uma pessoa que se identificou como advogado da companhia que eventuais prejuízos deveriam ser discutidos na Justiça e que “todos os assuntos relacionados à empresa FDL/EIG em Cuiabá fossem tratados no escritório de advocacia do chefe da Casa Civil, com o senhor Paulo Taques”.