A Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos decidiu adiar para depois do carnaval o depoimento do procurador do Ministério Público de São Paulo José Pedro Taques. A exemplo do juiz Julier Sebastião da Silva, que depôs na semana passada à CPI, Taques investiga suposto repasse de recursos ilícitos para campanha eleitoral de candidatos do PSDB em 2002.Parte do dinheiro para a campanha, segundo o juiz, teria vindo das empresas de propriedade do contraventor João Arcanjo Ribeiro – o Comendador – que está preso no Uruguai, acusado de homicídio e de lavagem de dinheiro.
O depoimento de Pedro Taques estava marcado para a última quinta-feira (16) depois da fala do juiz federal Julier da Silva. Mas devido a várias discussões que envolveramo juiz e senadores da oposição, o que provocou tensão e acirramento de ânimos no plenário da comissão, o presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB), decidiu suspender a reunião e adiar o depoimento do procurador.
Taques, que em 2002 trabalhava no Ministério Público de Cuiabá, diz ter provas de que as campanhas eleitorais de alguns políticos do PSDB eram municiadas com dinheiro vindo do crime organizado, comandado por Arcanjo. Na lista desses políticos, aparece o nome do senador Antero Paes de Barros, que na época era candidato do partido ao governo de Mato Grosso.