Relatório da Polícia Federal aponta que existem indícios suficientes de materialidade do tipo penal de corrupção passiva com relação ao ex-prefeito de Cuiabá, Chico Galindo (PTB), sobre o suposto envolvimento com a quadrilha do doleiro Fayed Traboulsi. A constatação tem como base os áudios gravados, com autorização judicial, relatórios de auditoria e anotações no caderno de Fayed. O contato com ex-prefeito foi realizado através da "pastinha", modelo utilizada para cooptar os gestores, Luciane Hoepers.
O primeiro contato de Luciane com Galindo flagrado pela PF é de um áudio no dia 1º de agosto de 2012, em que a modelo explica a Fayed que o então prefeito estava em viagem ao Chile. Galindo pediu que a modelo conversasse com "o presidente" (acredita-se que seja Ronaldo Taveira, ex-presidente do Cuiabá-Prev).
"Aí mandou o presidente falar comigo. Aí o presidente falou comigo. Aí como sempre ele já tava levando. Aí colocou a agenda da assessoria pra embaçar tudo. Aí o cara falou, falou, falou um monte de coisa. Que ia analisar os fundos, ba, ba, ba, bi. Mas aí eu entrei em contato com o secretário que me ajudou. Disse que não vai ser nada disso, mas que só consegue falar com o prefeito na segunda-feira. (…) Aí eu vou esperar segunda-feira para ver o que vai acontecer. Se vai ser feito ou não", diz Luciane em trecho gravado pela PF.