A juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Arruda, explicou que para a justiça o que importa em uma delação são as provas apresentadas pelo delator de um esquema criminoso. Os documentos devem auxiliar a justiça a descobrir quem são os líderes, ressaltou a magistrada durante entrevista, esta manhã, o programa “Cadeia Neles”, da TV Record de Cuiabá.
Selma aponta que o denunciante busca ser beneficiado, geralmente com uma redução da pena. No entanto, o inquérito é instaurado com a comprovação das informações que são repassadas. Ela disse também que não é admitido a delação do líder do esquema e que geralmente os delatores são pessoas que estariam mais abaixo da organização criminosa. "O crime organizado em geral é muito astuto e muito mais rápido que a justiça, por isso, a importância da delação premiada", disse, segundo o Gazeta Digital.
A magistrada está à frente da maioria dos processos envolvendo crime organizado e corrupção em Mato Grosso. Ela também é a responsável pelas principais operações realizadas recentemente no Estado como Ventríloquo, Imperador, Sodoma e Metástase.
A operação Sodoma, realizada após a delação premiada de dois empresários, resultou nas prisões do ex-governador Silval Barbosa e dos ex-secretários de Estado, Pedro Nadaf (Indústria e Comércio) e Marcel de Cursi (Fazenda). Os três são acusados de integrarem um esquema de cobrança de propina para conceder incentivo fiscal de forma fraudulenta.