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Críticas ao governo e à Gol dominam ato em homenagem às vítimas do vôo 1907

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Em meio ao clima de homenagem e consternação, críticas e reclamações dominaram o ato que lembrou o aniversário de um ano do acidente com o vôo 1907 hoje (29) em Brasília. A Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo Gol 1907 acusou o governo e a companhia aérea de omissão e descaso.

Para a presidente da associação, Angelita de Marchi, que perdeu o marido Plínio Luiz Siqueira Júnior no acidente, a data de um ano do acidente traz um duplo sentimento. “Temos muita tristeza e também muita indignação”, declarou Angelita pouco antes do culto ecumênico, no Jardim Botânico de Brasília, que lembrou os 154 mortos no desastre.

“Há um ano estamos acompanhando a pouca movimentação do governo para esclarecer o acidente, apoiar os familiares e trazer uma resposta que amenize um pouquinho da dor que a gente sente”, disse Angelita. Ela também criticou a demora da Gol em fechar acordo com as vítimas e em renovar o auxílio médico e psicológico aos familiares.

As principais reclamações foram sintetizadas numa carta aberta distribuída durante o evento. No documento, os representantes dos 154 mortos no desastre reclamaram do fato de até hoje não terem sido recebidos pelo presidente Lula. “Somos cidadãos, eleitores e temos direito a ser tratados com dignidade. Temos direito a informações claras, precisas e apoio dos órgãos submetidos ao seu comando”, afirmou o texto.

A denúncia do suposto furto de pertences das vítimas resgatados do local do acidente foi um dos pontos centrais da carta. A associação criticou a afirmação do ministro Tarso Genro de que ele só tomou conhecimento do caso por meio da imprensa. “Essa questão, senhor ministro, era o último item da lista que entregamos a Vossa Excelência, que não se dignou a ler, nem mesmo, nossa solicitação. São meses sem seu apoio prometido, sem qualquer outra resposta sua”, ressaltou o documento.

Os familiares e amigos das vítimas alegam não terem recebido resposta do brigadeiro Jorge Kersul Filho, do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa) da Aeronáutica, sobre a condução do caso. “Denunciamos a pilhagem e, até hoje, não sabemos se há uma investigação sobre isso”, afirmou. Eles se queixam ainda de que Kersul descumpriu a promessa feita em depoimento à CPI do Apagão Aéreo no Senado de receber os representantes da associação.

O comunicado comemorou ainda a saída de Denise Abreu do quadro de diretores da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). “Não esquecemos suas palavras, mas agradecemos às autoridades ou forças que a fizeram renunciar”, citou o documento. Segundo a associação, a ex-diretora da Anac foi grosseira com os parentes das vítimas durante a busca dos corpos, ao afirmar que não era possível esperar que alguém fosse encontrado vivo.

O texto não chegou a defender o desligamento do presidente da Anac, Milton Zuanazzi, mas afirmou que os cidadãos têm “direito a querer ou não a sua representatividade [de Zuanazzi] na agência”. A associação manifestou ainda discordância com o relatório da CPI do Apagão Aéreo na Câmara dos Deputados, que eximiu a Anac de qualquer responsabilidade pela crise no setor.

O governo não foi o único alvo das críticas. No texto, a entidade expressou indignação com o fato de os pilotos do jato Legacy, Joe Lepore e Jan Paladino, estarem em liberdade um ano depois do acidente. A associação também alegou que a Gol não está fornecendo o apoio necessário.

“Não vamos esquecer os pedidos de apoio recusados, das promessas não cumpridas e da não renovação do nosso plano de saúde, que é essencial para muitas famílias”, destacou o comunicado.

Ontem (28), em nota, a Gol afirmou “continua firme” em seus compromissos com as famílias das 154 vítimas do vôo 1907. De acordo com a direção da empresa, até o momento, 32 acordos de indenização foram fechados. Além das indenizações, a Gol afirma que também disponibilizou assistência médica e psicológica por um ano. Esta última vai ser prorrogada pelo mesmo período. “O plano [médico] inicialmente válido por 12 meses, registrou pouca utilização no período. Apenas a assistência psicológica será mantida por mais um ano”, disse a empresa à imprensa em carta.

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