O senador Mário Couto (PSDB-PA) voltou a bombarder, na sessão de hoje, o presidente do DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura- Luiz Antônio Pagot. Autor de dois requerimentos para instalar CPI no órgão e de fazer duros ataques a Pagot, desde quando o mato-grossense assumiu a presidência, Couto quer que Pagot devolva R$ 400 mil para o Senado. Ele acusa Pagot de receber salários do Senado período de 1995 a 2002, acumulando o cargo de secretário parlamentar do então senador Jonas Pinheiro e a função de diretor-superintendente da empresa Hermasa. Mário Couto disse que já havia feito este pedido à administração anterior do Senado, mas não obteve resultados, e que o Ministério Público também está acionando Pagot para cobrar a devolução aos cofres públicos dos valores recebidos indevidamente.
Ele aproveitou para informar ter recebido comunicação na noite de quinta-feira dando conta de que foi arquivada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) uma tentativa de ação movida pelo diretor do DNIT contra o senador. O diretor-geral buscava processar Mário Couto alegando que o senador havia feito acusações sem provas a respeito de desvios na gestão de Pagot à frente do DNIT.
– Ainda que tenha sido arquivada, esta tentativa de Pagot deixa clara a dificuldade que tem um senador da República de fiscalizar o governo. Mostra também o desejo que tem o governo de intimidar um senador, para que ele se cale e não lute pelos direitos daqueles que merecem uma vida mais digna, disse Couto.
O parlamentar foi o autor de duas propostas de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a apurar denúncias de irregularidades e desvios em licitações ocorridas no Dnit. Os dois pedidos receberam as assinaturas necessárias, mas não culminaram com a instalação da comissão, lamentou Couto.
– Por que tanto medo dessa CPI? O que se conclui é que se está dando um aval para que Pagot faça o que quiser. O Tribunal de Contas da União já tem inúmeros processos demonstrando irregularidades e desvios no DNIT, onde a corrupção começa nas licitações. Tu és muito bem protegido, Pagot, mas devia estar longe, devia estar na cadeia – disse Couto.