A nomeação do ex-secretário de Infra-Estrutura de Mato Grosso Luiz Pagot para a presidência do DNIT -Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes- voltou a ser discutida hoje no plenário do Senado e o corregedor Romeu Tuma (DEM-SP) anunciou que as denúncias contra Pagot vão ser investigadas pela corregedoria. Ele é acusado de omitir informações ao Senado, onde deve ser sabatinado sobre sua indicação, no período em que recebeu salários como assessor parlamentar do senador Jonas Pinheiro entre 1995-2002, período em que trabalhou para uma empresa do grupo do governador Blairo Maggi, no Amazonas.
Pagot seria sabatinado nesta quarta-feira, na Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI). Porém, o relator Sergio Guerra (PSDB-CE) desistiu do caso, que voltou a estaca zero, após a indicação ter sido apresentada há cerca de 2 meses.
O senador Mário Couto (PSDB-PA) questionou, nesta terça-feira, a indicação por julgá-la imprópria. “Fato grave, porque a Lei nº 8.112, de 1990, não permite isso. Pior, no seu currículo encaminhado a esta casa ele oculta essa informação”, atacou. “Ele tem de devolver R$428 mil a esta Casa. Foi quanto ele faturou nesse período”, discursou o senador, acrescentando que votará contra a indicação de Pagot.
O líder do PR, senador João Ribeiro (TO), defendeu a indicação de Pagot.
O senador apresentou aos colegas parlamentares cópia de declaração de Imposto de Renda de Pagot mostrando que ele declarou ao fisco seus dois rendimentos de assessor parlamentar do senador Jonas Pinheiro e função exercida na iniciativa privada, na Hermasa Navegação da Amazônia. “Ele não omitiu em momento algum as duas fontes de renda”, assinalou o parlamentar.
Para o ex-secretário a estratégia do PSDB é impedir sua nomeação e afirma que não cometeu nenhuma irregularidade. Há cerca que o governo Lula formulou a indicação, que precisa ter o aval do Senado.
Também saíram em defesa de Luiz Pagot os senadores mato-grossenses Jonas Pinheiro e Jaime Campos, Delcídio Amaral (PT-MS) e Sergio Zambiazi (PTB-RS).
Os indicados para determinados cargos no governo federal devem enfrentar sabatina no Senado antes de serem nomeados e a comissão emite parecer manifestando-se sobre a indicação.
(Atualizada às 21:19hs)