O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que retoma suas atividades normais na próxima semana, já recebeu as defesas de 64 dos 67 deputados acusados pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Sanguessugas. Faltam apenas as defesas do ex-deputado Cleuber Carneiro (PTB-MG), suplente que não está no exercício do mandato, e dos deputados Cabo Júlio (PMDB-MG) e Elaine Costa (PTB-RJ).
Todos os acusados negam as denúncias. Alguns responsabilizam seus assessores por recebimento indevido de dinheiro, outros afirmam que os depósitos têm outras finalidades, como contribuição de campanha.
Todos questionam a credibilidade dos empresários, que são réus confessos e obtiveram o benefício da delação premiada. A grande maioria dos deputados é acusada pelos empresários Luiz Antônio e Darci Vedoin de receber 10% do valor de cada emenda executada por prefeituras ou entidades não-governamentais em benefício de empresas do esquema das sanguessugas. Em muitos casos, os empresários dizem que os próprios deputados acertavam o direcionamento das licitações. Os pagamentos de propinas teriam ocorrido de diversas formas: em dinheiro e em cheques, para assessores e/ou para os próprios deputados ou parentes destes. Em alguns casos, também teriam sido doados a deputados veículos de passeio ou utilitários.