O Conselho de Ética da Câmara deverá fazer um esforço concentrado nesta semana para votar relatórios sobre parlamentares envolvidos no esquema de compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento.
Na quarta (20) e quinta-feira (21) deverão ser realizadas reuniões de manhã, à tarde e à noite a fim de votar os relatórios concluídos. Poderão ser votados os processos contra João Correia (PMDB-AC), Cabo Júlio (PMDB-MG); Érico Ribeiro (PP-RS), José Divino (sem partido – RJ), Laura Carneiro (PFL-RJ), Nilton Capixaba (PTB-RO), Lino Rossi (PP-MT), Pedro Henry (PP-MT), João Magalhães (PMDB-MG) e Wellington Roberto (PL-PB). Apenas os três últimos foram reeleitos. Já João Correia chegou a fazer greve de fome no plenário da Câmara para reivindicar o julgamento de seu processo.
Após julgamento no Conselho de Ética, o parecer é encaminhado ao plenário da Casa. Os deputados investigados que não foram reeleitos devem ser julgados até o final de janeiro de 2007, quando termina a legislatura. Caso contrário, não poderão mais perder os direitos políticos se forem considerados culpados de irregularidades. O colegiado abriu processo contra 67 deputados citados pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas. Cinco se reelegeram: João Magalhães (PMDB-MG), Marcondes Gadelha (PSB-PB), Pedro Henry (PP-MT), Wellington Fagundes (PL-MT) e Wellington Roberto (PL-PB).
Durante as investigações conduzidas pelo colegiado, o presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), chegou a criticar o encaminhamento pela CPI de alguns casos em que, na sua opinião, não há provas contra o deputado. “A CPI encaminhou para cá casos que não deviam ser encaminhados. Pessoas que não têm a ver com esse episódio, mas já foram punidas. Muitos processos não deveriam estar aqui porque não há provas contra os parlamentares”.