O Congresso criou na noite desta terça-feira a CPI do “mensalão” para investigar as denúncias sobre o suposto esquema de pagamento de mesada a deputados da base aliada em troca de apoio político.
Um acordo entre as lideranças da Câmara e o Senado definiu que a comissão irá tratar também da questão da compra de votos em 1997 para aprovar a emenda da reeleição na época do governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). A proposta constava em um requerimento de criação da CPI na Câmara.
Segundo o texto, fruto de um acordo entre a oposição e a base aliada, a CPMI será composta por 17 deputados e 17 senadores, com igual número de suplentes, e funcionará durante 120 dias.
O requerimento para criação da comissão foi assinado pelos líderes do PL, Sandro Mabel (GO); do PDT, Severiano Alves (BA); do PT, Paulo Rocha (PA); do PFL, Rodrigo Maia (RJ); do PSDB, Alberto Goldman (SP); do PCdoB, Renildo Calheiros (PE); do PPS, Dimas Ramalho (SP); do PV, Marcelo Ortiz (SP); do PP, José Janene (PR); do PSB, Renato Casagrande (ES); e do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP); além do vice-líder do PMDB, Jorge Alberto (SE).
A proposta de criação da comissão surgiu depois que o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), citado em uma gravação como um dos envolvidos em um suposto esquema de corrupção nos Correios, denunciou o esquema do “mensalão”.
Segundo o deputado, integrantes do PT, juntamente com o publicitário Marcos Valério seriam os responsáveis pela distribuição de R$ 30 mil a parlamentares.