O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso deve concluir na quinta-feira (13) o julgamento do processo que pode terminar com a cassação do mandato do deputado federal Neri Geller (PP) por abuso de poder econômico na campanha de 2018. O julgamento foi interrompido na sessão de quinta-feira passada (6) por um pedido de vista feito pelo presidente da corte, desembargador Gilberto Giraldelli, quando a votação estava empatada em 3 a 3. Como o calendário do TRE prevê nova reunião nesta quinta e o processo deve ser, obrigatoriamente, pautado. No entanto, Giraldelli pode pedir mais prazo se julgar necessário e adiar, novamente, o julgamento.
Conforme Só Notícias informou, a procuradoria eleitoral acusa Geller de gastar R$ 2,4 milhões na sua própria campanha e estourar o teto estipulado pela lei, de R$ 2,5 milhões, porque teria doado R$ 1,3 milhão para doze candidatos a deputado estadual (dois deles são de Sinop e ficaram na suplência), “extrapolando o valor que poderia (10% de seus rendimentos brutos) e desequilibrando o processo eleitoral com a força econômica”, o que teria impactado diretamente em sua vitória. Ex-ministro da Agricultura, ele foi eleito com 73 mil votos.
O Ministério Público ainda aponta que Neri Geller “não comprovou a licitude da origem de todos os recursos empregados nessa manobra, havendo dúvidas razoáveis sobre boa parte dos valores doados”. Além da cassação, a procuradoria eleitoral solicita que o TRE torne o deputado inelegível por oito anos.
Se o voto de Giraldelli for pela cassação, Neri Geller será o segundo parlamentar de Mato Grosso a perder o cargo. No ano passado o TRE cassou a ex-senadora Selma Arruda por abuso de poder econômico e prática de caixa 2. Diferente de Neri, Selma foi condenada por unanimidade, o que a prejudicou em seu recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que ratificou a decisão estadual.