domingo, 28/abril/2024
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Caso mensalão e propinas: Marcos Valério chantageia Lula e PT, diz revista

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O empresário Marcos Valério, acusado de ser o operador do “mensalão”, teria ligado no dia 9 de julho para o ex-presidente da Câmara, o petista João Paulo Cunha, e dito que não agüentava mais ser pressionado a revelar o suposto esquema de mesadas concedidas a aliados do PT e que faria a delação premiada – mecanismo pelo qual um réu diz o que sabe em troca de um alívio na pena, informou a revista Veja desta semana sob o título de A Chantagem.

“Vocês vão se ferrar. Avisa ao barbudo que tenho bala contra ele”, disse Valério, numa chantagista referência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a revista, o empresário Marcos Valério tinha motivos de sobra para estar desespero. No fim de semana anterior à ligação de Valério a João Paulo, a reportagem de capa da Veja tinha revelado que Valério tinha avalizado e até pagado uma parcela de um empréstimo de R$ 2,4 milhões feito pelo PT no BMG.

No momento da ligação, segundo a revista, João Paulo se preparava para ir à reunião da cúpula do PT que acabaria chancelando o afastamento de José Genoino da presidência do partido.

Durante a ligação, Valério teria sido informado que tudo ia aparecer e, ficou desesperado com a idéia de que poderia ser preso. Pelo telefone, o empresário teria feito exigências abertas a João Paulo para poupar o governo. Segundo a revista, o empresário queria duas coisas: a garantia de que não seria preso e a chance de obter um dinheiro graúdo, e lícito, para assegurar seu futuro e o da família.

Uma maneira de ganhar esse dinheiro, segundo a publicação, seria intermediando o fim da interminável liquidação do Banco Econômico, instituição que fechou as portas há dez anos. Como corretor da operação junto ao ainda dono do banco, o baiano Ângelo Calmon de Sá, Valério calcula que poderia ganhar uns R$ 200 milhões – soma equivalente à comissão de 20% sobre uma operação que, dependendo da forma como for encaminhada, poderá totalizar até R$ 1 bilhão.

Apavorado, segundo a revista, o ex-presidente da Câmara teria avisado o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro Delúbio Soares das ameaças de Valério. “O cara ficou louco, vai explodir tudo”, disse o petista. Em seu rol de chantagens, Valério teria ameaçado, inclusive, citar o nome de empresas que segundo ele teriam doado dinheiro não contabilizado, para ficarmos no jargão oficial, ao PT. Como prova de sua disposição em contar tudo caso não fosse atendido em seus pleitos, Valério ainda teria dito que tinha munição contra dois ministros recém-empossados: Saraiva Felipe, da Saúde, e Hélio Costa, das Comunicações, ambos do PMDB mineiro. Segundo Valério, os dois teriam usado sua lavanderia de dinheiro em campanhas eleitorais. Os dois ministros negam veementemente a irregularidade revista Veja.

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