Depois de duas horas e meia de reunião fechada, a Mesa Diretora da Câmara decidiu nesta quarta-feira separar em três grupos os nomes dos 62 deputados que constam da lista da Polícia Federal nas investigações sobre a compra irregular de ambulâncias. No entanto, de acordo com informações extra-oficiais, apenas 15 deputados serão investigados pela Casa.
Segundo o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), um grupo será investigado pela comissão de sindicância da Corregedoria da Casa. Contra estes deputados há indícios de que teriam recebido o dinheiro para destinar emendas ao Orçamento para comprar ambulâncias.
A outra turma de parlamentares, que tem assessores presos pela “Operação Sanguessuga”, também deverá ser investigada, mas os processos só serão abertos depois que forem aprofundadas as investigações sobre os servidores pela comissão de sindicância da Câmara, ligada à diretoria-geral da Casa.
O terceiro grupo terá o processo arquivado porque não foram encontrados indícios sobre a participação dos deputados no esquema ilegal.
Os nomes dos parlamentares que constam da lista da PF serão divulgados ainda hoje.
O corregedor-geral da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), reagiu às críticas de que pode estar saindo uma nova “pizza” para livrar os parlamentares de um processo de cassação. “É brincadeira falar em pizza”, disse.
Os três deputados que integram a Mesa e foram citados na lista –Eduardo Gomes (PSDB-TO), João Caldas (PL-AL) e Nilton Capixaba (PTB-RO)– não participaram da reunião de hoje.
A comissão de sindicância da Corregedoria da Casa será formada por cinco deputados –Givaldo Carimbão (PSB-AL), Jorge Alberto (PMDB-SE), Odair Cunha (PT-MG), Robson Tuma (PFL-SP) e Ciro Nogueira (PP-PI).