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Bolsa cai e dólar sobe com prisões de banqueiro e senador

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As prisões do dono do banco BTG Pactual, André Esteves, e do líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), repercutem hoje (25) no mercado financeiro, com queda na Bolsa de Valores e alta no dólar. Às 13h16, o Ibovespa caía 2,23%, com 47.209 pontos. A queda na Bolsa também é influenciada hoje pela Petrobras, em momento de redução do preço do petróleo no mercado internacional. As ações do BTG Pactual (BBTG11) caíam 30,3%, às 13h39. Por consequência, caem também as ações de grandes bancos listados na bolsa, como Bradesco (-2,93%, às 14h25), Itaú (-3,75%), Banco do Brasil (-3,98%) e Santander (-0,83%).

O dólar comercial opera em alta hoje e, às 14h40, estava cotado a R$ 3,7690. Às 11h50, chegou a R$ 3,80. “O dólar vinha caindo nos últimos dias, com muitas empresas estrangeiras comprando empresas brasileiras. Estava tendo uma certa melhora, pequena. Tudo isso jogou uma ducha de água fria”, disse o professor de macroeconomia do Ibmec-RJ e economista da Órama Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, Alexandre Espírito Santo.

Para a economista Zeina Latif, da XP Investimentos, a prisão do senador cria um clima de apreensão sobre os desdobramentos que ainda estão por vir da Operação Lava Jato. “É um elemento de incerteza para o mercado. A gente tem um ambiente que já era conturbado e agora vem um gatilho forte”, disse. Zeina disse considerar também que as prisões afetam a imagem do Brasil diante de investidores estrangeiros, que podem se tornar mais cautelosos.

Zeina acrescentou que o senador é “considerado um articulador competente e moderado”. “Ele conseguia falar com todas as alas no Congresso. Como fica a agenda econômica nessa crise? Tem a repatriação [de recursos enviados irregularmente ao exterior], tem a DRU [Desvinculação das Receitas da União], a agenda [de ajuste fiscal] do ministro [da Fazenda, Joaquim] Levy”, afirmou a economista.

Para Espírito Santo, a prisão do banqueiro está trazendo repercussões no mercado por ser “algo absolutamente inesperado”. “Ele é uma pessoa influente, maior acionista de um dos principais bancos de investimento do Brasil, com uma larga penetração internacional. O BTG é muito ativo em operações de lançamento de ações. Então tudo isso é muito novo para o mercado”, ressaltou. O economista acrescentou que não vê risco sistêmico, com a prisão do banqueiro. “[O efeito] vai ficar muito restrito a atuação do BTG. Não acho que outros bancos serão contaminados. O sistema bancário brasileiro é muito forte. Muito sólido."

O Banco Central (BC) informou hoje (25) que está monitorando o impacto das prisões no sistema financeiro. “Cumprindo sua missão institucional de assegurar a solidez do sistema financeiro, o BC monitora o impacto dos acontecimentos para a instituição regulada. A instituição apresenta robustos indicadores de solidez financeira e continua atuando normalmente no mercado”, destacou a assessoria de imprensa do BC, sobre o BTG Pactual.

O BC acrescentou que está solicitando informações às autoridades competentes para verificar se há desdobramentos em sua esfera de atuação administrativa. “Até a apuração dos fatos, e a devida decisão administrativa, o BC, como de praxe, não comenta casos específicos em análise”.

Em nota, o BTG Pactual esclarece que está à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários e vai colaborar com as investigações.

Pactual

O BTG Pactual é um banco de investimentos listado e controlado por uma sociedade de 156 executivos. Em maio de 2009, o BTG Investment fechou a aquisição do UBS Pactual por US$ 2,5 bilhões e a transação foi finalizada e homologada pelo Banco Central em outubro do mesmo ano. O banqueiro tem uma fortuna estimada em R$ 9 bilhões e ocupa a 13ª posição entre os homens mais ricos do Brasil, segundo a revista Forbes.

Em 2014, André Esteves foi nomeado Personalidade do Ano pela Câmara de Comércio Brasileira Reino Unido. É considerado uma das 50 pessoas mais influentes do mundo pela agência de notícias Bloomberg em 2012.

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) já referendou, por unanimidade, em sessão extraordinária, as prisões preventivas do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e do advogado Edson Ribeiro, além das prisões temporárias do banqueiro André Esteves, e do chefe do gabinete do senador, Diogo Ferreira.

As prisões foram autorizadas, na noite de ontem (24), pelo ministro Teori Zavascki. Segundo o relator, não haveria outros meios de se preservar as investigações, que não sejam as prisões, uma vez que, conforme relatou o Ministério Público Federal, os envolvidos estariam pressionando o ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró a desistir de firmar acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato.

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