O ex-prefeito Percival Muniz, de Rondonópolis, deverá declinar da sua candidatura a presidente do Diretório Regional do PPS. A definição da composição partidária acontecerá no Encontro Regional que a sigla realizará no mês de novembro, em Cuiabá. O recuo estratégico de Muniz se deve, principalmente, ao veto imposto pelo governador Blairo Maggi e que conta com o apoio de vários deputados socialistas. Polido na crítica, o governador declarou que a eleição de Muniz à direção do partido “engessará” o projeto eleitoral ambicionado pelo ex-prefeito.
Ao ser chamado para opinar sobre o assunto, o governador declarou que o presidente do partido tem ser alguém próximo de Cuiabá. Ele citou como exemplo o nome do prefeito de Rosario Oeste, Zeno Gonçalves. Perto do centro das decisões, Zeno teria condições, na avaliação de Maggi, de dirigir o partido sem maiores problemas político e eleitoral. Aliás, o nome do prefeito de Rosário Oeste vem a cada dia ganhando mais força entre os principais líderes socialistas.
Em verdade, Maggi quer proteger o partido e evitar fissuras internas. Em vários contatos políticos, o governador sentiu veto por parte dos políticos que também almejam chegar a Assembléia Legislativa ou à Câmara Federal – cargos que estão no projeto político de Percival Muniz. Na direção partidária, Percival teria condições de manobrar e articular partidariamente em seu proveito próprio. Seria problema na certa. Sem querer correr riscos, Maggi contemporiza com o argumento do engessamento para afastar o político da disputa. Da mesma forma, deve ficar sem cargo no PPS a secretária Ana Carla Muniz.
Até aqui, Percival Muniz foi a “dor de cabeça” maior do governador. Amigo pessoal do chefe do Executivo e apontado como uma espécie de conselheiro de Blairo Maggi, Muniz, mesmo sem cargo partidário, chegou a anunciar veto dentro da política de alianças do PPS. Numa ação bem estrutura, o ex-prefeito tentou de todas as formas atingir o PP, partido dos deputados Pedro Henry e José Riva. Maggi conseguiu contornar a situação desconfortável, já que defendia o nome de Henry para disputar o Senado Federal em 2006: “Acabou a briga” – frisou.
Apesar do clima aparentemente calmo, a “costura” para definição do quadro partidário segue rápida. A idéia dos líderes socialistas é o de fechar um entendimento antes do encontro que o Diretório Nacional realizará nesta sexta e sábado, em Cuiabá. “O partido quer chegar coeso, unido” – frisou uma fonte socialistas, ao admitir que a probabilidade de Percival Muniz insistir na candidatura a presidência da sigla irá provocar uma ruptura perigosa no âmbito partidário.