O governador Blairo Maggi decidiu engrossar o discurso com os aliados. Nesta terça-feira, ao participar da inaguração do Centro de Obstetrícia do Hospital Geral Universitário, Maggi pediu que o Partido da Frente Liberal (PFL) saia de cima do muro e decida se vai ter candidato próprio ao Governo em 2006 ou se vai estar na base de apoio. ‘Do jeito que está não dá para permanecer’ – disse o governador, visivelmente irritado com as notícias sobre candidatura adversária.
O PFL é apontado pelo próprio Maggi como o ‘porto seguro’ do seu Governo, mas já não esconde a preocupação com o crescimento da sigla. Hoje, é a maior bancada na Assembléia Legislativa e há fatores que incomodam o governador: o primeiro, a própria verticalização, que deve colocar o partido ao lado do PSDB de Dante de Oliveira e Antero de Barros; e, segundo, a partir daí, pela própria insatisfação que segmentos do partido vem demonstrando com o Governo.
Em verdade, Maggi está sem opção e não sabe até quando poderá contar com o PFL. A senha foi dada pelo próprio senador Jonas Pinheiro, considerado uma espécie de conselheiro do governador. Pinheiro deixou claro que se Maggi quiser contar com o apoio do PFL terá que se afastar – e muito – do presidente Lula. O PT sempre foi uma espécie de ‘sonho de consumo’ de Maggi eleitoralmente: chegou a ensaiar com a ala mais moderada, liderada pelos deputados Carlos Abicalil e Saguas Moraes, e por Alexandre César, presidente do Diretório Regional, um entendimento para 2006 – o que incluía sua saída do PPS.
Mas mesmo que se afaste do PT e de Lula, Maggi ainda corre o risco de ter problemas na hora de formar as composições. Nas opções que sobram, poderá ter que enfrentar um palanque no mínimo ‘pesado’, com o PSDB – que, por sua vez, não vê grandes problemas, já que o partido não tem um candidato viável eleitoralmente para disputar a majoritária num eventual enfrentamento contra Blairo.
O partido de Jaime Campos, por sua vez, também se mostra pouco coerente. O presidente do Diretório Regional, Jaime Campos, se diverte com as incertezas políticas. Já mencionou até que pode disputar contra Blairo Maggi o Governo. Mas quem conhece bem o ex-governador não aposta um níquel furado nessa hipótese. Nem seus aliados. ‘Jaime Campos sabe fazer política como poucos. Cada vez que ele abre a boca o PFL sai fortalecido’ – lembrou um correligionário. Em outras palavras, Jaime avança cada vez mais alicerçando sua presença no Governo.
Há, contudo, uma vertente: o PP. O deputado federal Pedro Henry, em vias de ser ministro, vem sendo convencido a disputar o Governo do Estado contra Maggi. O próprio Pedro já mencionou essa possibilidade. Um dos entusiastas do nome de Henry é o próprio Campos. Na ordem natural dos acontecimentos políticos, Henry seria o candidato de Maggi ao Senado e Campos pleitearia uma vaga na Assembléia Legislativa.
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Blairo Maggi pede para que o PFL saia logo de ‘cima do muro’
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