O senador Blairo Maggi criticou sua aliada, a presidente Dilma Rousseff, na sessão plenária no Senado, esta tarde, ao comentar a crise política que o país atravessa. Ele disse que não tem visto por parte dela nenhum esforço no sentido de ouvir o clamor que vem das ruas. “A presidente da República terá que aceitar os argumentos das ruas, as ponderações dos parlamentares, de que algumas coisas precisam ser mudadas, que não adianta somente pedir para qualquer um dos senadores e à própria população para fazer sacrifícios, enquanto ela não faz nenhum. Eu acho que não funciona assim, não é assim na casa de qualquer um de nós. A figura do chefe da família quando quer sacrifício, tem que dar o exemplo de que o cinto está apertado e que é preciso fazer sacrifício também”, atacou o mato-grossense.
Ele acha que Dilma deveria apresentar medidas concretas que representassem pulso firme no controle, principalmente, dos gastos excessivos com a máquina pública, já que o momento é de arrocho fiscal. “Não vi e não estou vendo qualquer atitude por parte da presidência como um todo, de também fazer a sua parte, de reduzir o tamanho da sua máquina administrativa fazendo demissões, exonerações de cargos de confiança – são mais de 50 ou 60 mil. Tenho certeza de que, se tirarem uns 15 ou 20, não fará falta. O governo precisa dar uma demonstração. Uma mudança de atitude, isso significará muito em mudança de postura”, ressaltou.
Blairo tem questionado a falta de agilidade nos órgãos governamentais para que procedimentos legais tenham tramitação e permitam que projetos de desenvolvimento ao país tenham continuidade. “Nós não acreditamos mais, ninguém acredita. Na quantidade de licenças, de permissões, de “mendigações” de joelhos que se tem de fazer nos órgãos públicos deste País para fazer alguma coisa andar, para produzir, para construir. Aliás, a única coisa que vai fazer a gente sair dessa crise econômica é produzir mais. Mas, enquanto o setor privado, enquanto as pessoas querem produzir, há um mastodonte do outro lado impedindo-as, atrasando as licenças e criando complicações e mais complicações, e a coisa não anda. Infelizmente, nós perdemos para a guerra do papel”, atacou.
Maggi defende redução de pelo menos 14 ministérios. “Temos 39. Aí você passa o olho e vê que temos 14 secretarias com status de ministério. Bom, 39 menos 14 são 25: a gente começa a ficar com um número aceitável. Podemos reduzir mais? Podemos, sim”, defendeu, citando como exemplo o ministério da Pesca. “A pesca é importante? É importantíssima para o país, mas nada que não possa ser feito dentro do Ministério da Agricultura, que já se chamou Ministério da Agricultura, da Pesca e da Aquicultura. Então, que se reduza a burocracia”, finalizou.