O governador Blairo Maggi se reúne na segunda-feira com o senador eleito Jaime Campos (PFL) e toda a bancada federal e estadual eleita no último domingo. O encontro será para conhecer os novos personagens que vão ditar a política mato-grossense a partir de 2007 e também para começar a traçar planos para os próximos quatro anos de governo. A reunião também servirá para que o governador eleito tenha uma noção daquilo que os partidos que integram nesta eleição o arco de apoio a sua candidatura. No encontro que terá com a bancada aliada um dos principais assuntos será a formação do novo secretariado.
E o governador terá de ter muito jogo de cintura e muita habilidade para lidar não apenas com o jogo de vaidade dos novos deputados eleitos que pleiteiam vagas no novo governo como dos partidos aliados que querem uma fatia maior dentro da formação governamental. Muitos deles, como PFL, aliado de primeira hora – participou do primeiro governo e que teve apenas um secretário na primeira gestão Maggi – Joaquim Sucena, que comandou a Casa Civil.
O PFL já deu sinais nesta semana de que não vai aceitar fazer parte apenas dos segundo e terceiro escalão do governo. Vai querer uma fatia maior. Se apóia no fato de ter feito um senador – Jaime Campos – e quatro deputados estaduais. “A força pefelista nesta eleição foi muito maior. Foi fundamental para garantir a vitória de Maggi. Portanto, nos achamos no direito de ter no governo cargos estratégicos”, diz um integrante da cúpula, salientando, entretanto, que a palavra final caberá ao governador. “Vamos indicar nomes, solicitar pastas. Caberá ao governador acolher as opções que lhe daremos dentro do quadro técnico de nosso partido”, completa.
Dentro deste jogo de forças na base aliada estão também o PP e o PMDB, este último reforçado com a eleição de Carlos Bezerra para a Câmara Federal e a eleição de cinco deputados estaduais. Não fez parte do arco de alianças do primeiro governo. Mas tem para si a possibilidade do governador migrar para a sigla, fugindo do problema da cláusula de barreira, que pode deixar o PPS em força política a nível nacional. Corre também o fato de que o próprio governador poderá chamar deputados do PPS para o governo, abrindo, desta forma, uma vaga para o suplente Roberto França, que já foi presidente do partido e foi rejeitado pelo eleitorado no sufrágio de domingo.
SECRETARIADO
Nas escadas e corredores do Palácio Paiaguás o assunto durante toda a semana foi com relação a formação do novo secretariado de Blairo Maggi. O próprio governador lançou a semente de que haverá mudanças. E nas conversas que vem mantendo, principalmente com o seu partido e amigos de primeira hora que foram lhe visitar deu a certeza destas mudanças e apontou até para alguns nomes que surgem como fortes candidatos às vagas no novo governo.
Entres estes nomes pode se citar o do deputado João Malheiros (PPS) que conseguiu a sua reeleição. Ele é cotado para assumir a pasta de Turismo. O primeiro suplente da sigla, Vagner Ramos é cotado para ser o sub-secretário de Esportes. Se esta previsão se confirmar, Roberto França ganha uma vaga na Assembléia Legislativa.
Duas secretárias estão certas que terão seus comandos mudados. Não por interesse pessoal do governador, mas por força de uma decisão judicial. A primeira mudança obrigatória será na Secretária de Justiça e Segurança Pública. Célio Wilson será obrigado a retornar para o Ministério Público. Para o seu lugar o mais cotado é exatamente o principal escudeiro do governador, Luiz Antônio Pagot, que nos próximos dias estará retornando para a Casa Civil, de onde saiu para coordenar a campanha de Maggi. Já a Secretaria de Meio Ambiente, onde a exemplo de Célio Wilson, Marcos Machado terá de retornar para o Ministério Público é pleiteada pelo PP, que quer a vaga para o deputado que não terá mandato a partir de 2007 Chico Daltro.
O PFL vem acenando para a Secretaria de Saúde e já tem um concorrente para a pasta, o deputado eleito Dr. Wallace, muito ligado ao senador eleito Jaime Campos.
Outras pastas de vital importância também terão mudanças. Ana Carla não fica mesmo na Secretaria de Educação. No Palácio ninguém fala quem será o novo chefe da pasta. Mas tudo indica que será dada a um político de renome em Cuiabá. A secretaria de Fazenda, hoje ocupada por Valdir Teis, ex-funcionário do governador no grupo Amagi também deverá ter outro chefe. Para esta pasta é certo que o governador escolha alguém que já faça parte de seu staff. Teis continuará no governo, mas ainda não tem uma pasta definida.
O certo é que a partir da reunião desta segunda-feira, o esboço do novo secretariado começará a ser formado. É certo também que os partidos que formaram a base aliada vão entrar numa disputa feroz para conseguir emplacar nomes no novo governo.