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Bezerra e Rosa dizem que Bolsonaro desrespeita Constituição e defendem impeachment

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Só Notícias/Marco Stamm, de Cuiabá (fotos: assessoria e Agência Câmara/arquivo)

As vozes que se levantaram em Brasília contra as declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em apoio às manifestações marcadas para o dia 15 contra o Congresso ganharam eco na política em Mato Grosso. O deputado Carlos Bezerra (MDB) e a deputada Rosa Neide já defendem o impeachment de Bolsonaro dizendo que ele afronta a Constituição ao incentivar, em vídeo, que a população vá às ruas num levante contra o Legislativo.

Bezerra, que não esconde os problemas com Bolsonaro desde o ano passado, classificou o vídeo como “absurdo” e como “um atentado contra a democracia, uma irresponsabilidade”. No entendimento do parlamentar, a família Bolsonaro tenta enfraquecer a democracia e instaurar uma ditadura no país, o que, para Bezerra, não será efetivado.

“Não há nenhum ambiente para restauração da ditadura no Brasil e nem os militares querem isso. O que o Bolsonaro deseja é isso, ele e os filhos dele, ao falar do AI-5. São atos de quem quer destruir as instituições, o que é uma ditadura, destruir o Supremo e o Congresso”, disse ao Só Notícias.

Bezerra disse, nominalmente, entender que as declarações de Bolsonaro configuram “crime de responsabilidade” e acrescentou e se este também for o entendimento do parlamento, um processo de impeachment pode ser aberto. Partidário, o deputado afirmou que este é um posicionamento pessoal e do MDB, que já se posicionou publicamente contrário às falas de Bolsonaro.

Nas redes sociais, a deputada Rosa Neide faz coro às declarações de Bezerra ao dizer que “um presidente da República não tem legalidade para destruir a paz no país. A nossa jovem democracia está em perigo. Bolsonaro está convocando a sociedade para se opor aos preceitos constitucionais. O golpismo é a sua razão de viver”, declarou Rosa Neide nas redes sociais.

A deputada ainda compartilhou uma nota do Partido dos Trabalhadores em “defesa dos direitos do povo e da democracia” dizendo que “o novo ataque de Bolsonaro à democracia e às instituições, na noite da terça-feira de carnaval, é mais uma etapa da escalada que passou pelo golpe da presidenta Dilma Rousseff e pela prisão ilegal de Lula”.

Segundo a parlamentar, o “PT está articulado com os partidos de oposição, com as centrais sindicais e com organizações da sociedade para deter esta ameaça, que atinge em primeiro lugar os interesses do povo, dos trabalhadores e dos desprotegidos”.

Ao defender o “impeachment já”, Rosa Neide considerou que a soberania nacional foi abalada e disse “Bolsonaro não se preocupa em provocar terremotos na jovem democracia brasileira”.

Sempre de prontidão para defender Bolsonaro nas redes sociais, o deputado José Medeiros (Podemos) não foi tão enfático desta vez. Ele compartilhou um vídeo da colega de partido, Renata Abreu, parabenizou-a pela “postura democrática frente à situação que muitos já estão explorando de maneira demagógica” e disse que o vídeo “deixa claro que é um movimento popular da família brasileira a favor do governo Bolsonaro. Não é contra ninguém e muito menos afronta ou desrespeita a Constituição”.

O vídeo que Bolsonaro compartilho com amigos no WhatsApp incentivando a participação nos protestos contra o Legislativo programado para o dia 15, gerou revolta em Brasília. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que “criar tensão institucional não ajuda o país a evoluir” e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que está no Amapá, cogita antecipar o retorno a Brasília para tratar da situação. O ex-apoiador de Bolsonaro, deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) prepara a argumentação para entrar com o pedido de impeachment.

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